domingo, 29 de março de 2020

Terra em Transe ( Glauber Rocha,1967)


TERRA EM TRANSE
BRASIL;1967 ;119 min.
Direção: Glauber Rocha
Elenco: Jardel Filho, Paulo Autran, José Lewgoy
O senador Porfírio Diaz  detesta seu povo e pretende tornar-se imperador de Eldorado, um país localizado na América do Sul. Porém existem diversos homens que querem este poder, que resolvem enfrentá-lo. Enquanto isso, o poeta e jornalista Paulo Martins , ao perceber as reais intenções de Diaz, muda de lado, abandonando seu antigo protetor

Terça-feira, 31 de março, 19:00 horas, na página do Lumière no Facebook 

https://www.facebook.com/lumiereloucosporcinema/

segunda-feira, 9 de março de 2020

Eternamente Pagu (Norma Bengell,1987)

CICLO DE FILMES GRANDES DIRETORAS "AGNÈS VARDA": Cléo Das 5 as 7 (1962)

CLÉO DAS 5 ÀS 7
Joaquim Ferreira 

Após a realização de "La Pointe-Courte" em 1955, Agnès Varda destacou-se como referencia para o desenvolvimento da Nouvelle Vague, mesmo sem certo reconhecimento "oficial".
Se em "La Pointe-Courte" Varda mostrou sua competência técnica pela experiência com a fotografia e utilização de uma linguagem teatral no cinema, em " Cléo das 5 as 7" , percebemos uma história ,uma dramaturgia mais estruturada junto ao seu estilo documental de fazer cinema que foi uma das marcas da "Nouvelle Vague" e que Agnès Varda representou muito bem .
Na história de " Cléo das 5 as 7" , a atriz Corinne Marchand(1937) representa o papel de uma cantora pop que passa as duas horas delimitadas pelo título do filme aguardando os resultados de exames médicos que podem apontar se contraiu ou não uma doença. O período de espera da protagonista da primeira consulta até o resultado final do exame, mostra Cléo imersa em suas dúvidas pelo que pode ocorrer ou não com sua saúde. Nesse período , ela repassa toda sua vida num flashback mental.
Agnès Varda utiliza-se de truques para pequenos saltos no tempo. A montagem do filme foi feita para nos dar a sensação de seguirmos também personagens e situações que cruzam seu caminho e dialogam com Cléo. como se os espelhos "refletissem não apenas a beleza e as dúvidas da protagonista, e sim um amálgama de todas as mulheres na sociedade contemporânea."
E ao andar pelas ruas de Paris , Cléo perde seus medos das ruas e vislumbra, além da própria vida , uma situação cotidiana que não percebia pois estava presa nas suas duvidas,anseios e superstições. Assim, ela passa a olhar a cidade com outros olhos, tal qual o filme mudo que assiste com uma amiga, cena de destaque pela presença do casal " Nouvelle Vague" Jean-Luc Godard e Anna Karina, um curta tragicômico em que ele só vê o lado bom da vida após tirar seus óculos.
Deste modo, ações aparentemente banais, ganham significados mais profundos.. A própria Cléo dialogando com sua secretária supersticiosa marca , para mim, o rompimento e a superação de uma postura fatalista e supersticiosa no trato com seus problemas .O filme inclusive inicia -se com Cléo consultando uma cartomante que da a entender que a morte está próxima . Agnès Varda filma alternadamente as cartas usadas pela cartomante em cores e em o preto e branco, sugerindo que a fantasia e a realidade dialogam,mas é a realidade que interessa ao cinema de Varda.
Com a câmera focada em sua estrela principal, mas sem nunca deixar os detalhes das parisienses ou dos coadjuvantes fora de rumo, Agnès Varda "apresenta uma narrativa feminina e feminista na mesma medida obra intimista, nunca menos expressiva sobre o feminino e a própria sociedade. Uma relação que vai muito além do feminismo em alta da época, em que fica claro pelo olhar que não é um homem contando esta história. É por uma mulher que entende o gênero sexual como ninguém e quer repassar esta visão para o mundo. "
O filme é de 1962 porém não é datado . Cléo representa é várias mulheres em uma só e os temas existenciais, as diferentes visões sobre vida e morte e como as mulheres se encaixam nisto tudo são extremamente atuais .

quarta-feira, 4 de março de 2020

O Sonho de Wadjda (Haifaa al Mansour,2013)


Vídeo-apresentação do filme: Beatriz Lyra Ferreira
 
SOBRE A DIRETORA DO FILME:
Nascida em 1974 na Arábia Saudita, Haifaa Al Mansour é considerada uma das figuras cinematográficas mais importantes do reino saudita .Ela começou sua carreira no cinema com três curtas, Who ?, The Bitter Journey e The Only Way Out. O sucesso de seus três curtas-metragens, bem como a aclamação internacional de seu documentário premiado em 2005, Women Without Shadows, que lida com o costume da abaya , influenciou toda uma nova onda de cineastas sauditas. Seu trabalho é elogiado e difamado também por encorajar discussões sobre temas geralmente considerados tabus, como tolerância, a ortodoxia e a necessidade de os sauditas olharem criticamente a sua cultura tradicional e restritiva.
O documentário Women Without Shadows,sobre a vida oculta das mulheres nos Estados árabes do Golfo Pérsico recebeu a Adaga de Ouro de Melhor Documentário no Festival de Cinema de Mascate e uma menção especial do júri no quarto Festival de Cinema Árabe em Roterdã. POr esse filme, ala recebeu cartas de ódio e críticas por não ser religiosa, o que nega.
O filme Wadjda, que ela escreveu e dirigiu, estreou mundialmente no Festival de Veneza de 2012.É o primeiro longa-metragem a ser filmado inteiramente na Arábia e a partir de 2013, o único longa-metragem feito nesse pais por uma diretora. O filme foi financiado pela Rotana, a produtora de filmes do príncipe Al-Waleed bin Talal.
Wadjda foi selecionada como a entrada da Arábia Saudita para o Melhor Filme de Língua Estrangeira no 86º Oscar, Para Haifaa Al Mansour, não foi fácil ser pioneira. Ela teve que dirigir as cenas exteriores em Riad de dentro de uma van, assistindo os atores nos monitores e se comunicando via walkie-talkie porque o país é segregado e as mulheres não deveriam trabalhar em público e com os homens.
Em janeiro de 2019, Al-Mansour recebeu um Crystal Award na reunião de 2019 do Fórum Econômico Mundial em Davos por sua liderança na transformação cultural no mundo árabe.
FONTE: Wikipedia  
Para saber mais sobre a diretora e o filme
Wadjda: A Conversation with Haifaa Al Mansou
https://www.culturalweekly.com/wadjda-conversation-haifaa-al-mansour/ 

segunda-feira, 2 de março de 2020

CICLO DE FILMES GRANDES DIRETORAS "AGNÈS VARDA": La Pointe-Courte (1955)

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Exibição do curta-metragem
SAUDAÇÕES AOS CUBANOS (Salut les cubains;1963;25min)
Agnès Varda trouxe de Cuba mil e oitocentas fotos em preto e branco, e fez com elas um documentário didático e divertido. Fidel e os músicos, socialismo e chá-chá-chá.


Texto: Joaquim Ferreira


LA POINTE COURTE
FRANÇA;1955,77 MIN.
Elenco:Philippe Noiret, Silvia Monfort


"La Pointe Courte" é o primeiro filme de Agnés Varda. É uma história aparentemente simples: um casal em crise retorna para o pequeno vilarejo Pointe Courte, no litoral sul da França, no qual o marido viveu sua infância. Os dois passam por momentos de reflexão sobre seu relacionamento, ao mesmo tempo em que o cotidiano dos moradores, uma vila de pescadores, flui ao seu redor .
Com um roteiro meio improvisado e com atores sem diálogos predefinidos, o filme foi aclamado pela crítica no festival de Cannes de 1955 por seu retrato da vida comum dos trabalhadores, com luzes e cenários naturais como importantes elementos da qualidade técnica do filme.
Filmado em 1954, Agnes Varda admitiu na época que não tinha muita experiência,que não conhecia o cinema e que aprendia ao filmar. Contudo, foi auxiliada na montagem pelo jovem Alain Resnais e seu filme foi essencial para Godard e Truffaut fazerem suas estréias cinematográficas anos mais tarde
O ultimo filme de Agnès Varda , "Varda por Agnés" , de 2019, expõe seus processos de criação e revela sua experiência com o fazer cinematográfico. Nele, a diretora relembra sua iniciação no cinema com “La Pointe Courte" :
"Eu fiz esse filme sem experiência, sem nenhuma escola de cinema, nenhum trabalho anterior como assistente. O filme surgiu do nada. Eu tinha uma estrutura particular em mente. Eu queria combinar dois filmes com capítulos alternados Eu queria combinar dois filmes com capítulos alternados, como um livro de Faulkner que eu admirava: "As palmeiras selvagens". Eu alternaria seqüências de pescadores com seqüências de um casal. Duas histórias sem nada em comum, exceto a localização.É um confronto entre o privado e o social. É uma justaposição de duas abordagens para o mundo. Uma muito estilosa, com composição e diálogo.(...) E uma que parece mais com o neo-realismo italiano, embora eu ainda não tivesse visto esses filmes. Alain Resnais, que editou o filme, ensinou-me muito. Eu fiz outra coisa que não era habitual. Geralmente o som diminui quando as pessoas se afastam. Fica mais silencioso até você mal as ouvir. Decretei que o som permaneceria em primeiro plano. Então, enquanto eles conversam e vão embora, parece um diálogo de narração. No entanto, eles estão realmente falando. Está sincronizado. Mas o som permanece na frente. "
A cépia que assisti de "La Pointe-Courte" é a restaurada pela Cineteca de Bologna e pela Cine- Tamaris em 2013, que realça a bela fotografia em preto e branco .
A forma que Varda utilizou para combinar e sincronizar na linguagem fílmica o que ela chamou de " dois filmes" é bem marcante.
O primeiro é um casal reconsiderando seu relacionamento e o segundo uma vila de pesadores que tenta resolver seus vários problemas coletivos de sobrevivência. Sobressai para mim a coexistência das linguagens do teatro e do cinema por conta dos closes e dialogos utilizados pelo casal protagonista.
Assim, pela força cênica realçada ,o filme revela histórias paralelas que esvaem-se por força das subjetividades. Histórias que não se tocam e permanecem com distintas e atávicas identidades revelando sua incomunicabilidade que, ao meu ver, mostra uma critica à burguesia e ao seu individualismo exacerbado.
A única ligação do casal com aquele vila é, como já foi dito, a do marido que lá viveu sua infância ,filho de um construtor de barcos. Talvez , aquele que se encante mais com a construção do barco do que propriamente com o ato de navegar , metaforicamente com o ato de viver e enfrentar o cotidiano .Afinal o construtor de barcos os repara e nada mais. Cenas no filme mostram passeios e caminhos feitos pelo casal pela vila sem que nada do que acontece no seu cotidiano estimule o casal a interromper seus discurso circulares e olhar para a periferia e para aquela vida .Um discurso que fala do amor : " Você me ama ou ama o nosso amor? Olhe para mim! Não para o nosso amor!" diz o marido .Mas o olhar do casal não dirige-se para o amor para aquela humanidade de pescadores e seus problemas. Como afirma uma personagem do filme :"Falam muito para serem felizes" !
É a absoluta abstração dos problemas!

CICLO DE FILMES GRANDES DIRETORAS "AGNÈS VARDA"




O CINEMA DE AGNÉS VARDA
Joaquim Ferreira

Nascida Arlette Varda, na Bélgica, em 1928, Agnès Varda aos 18 anos mudou-se para a França com o intuito de trabalhar com fotografia. Seu primeiro emprego foi como fotógrafa no Teatro Nacional Popular, em Lyon, na França. Decidiu também abandonar seu nome de batismo e assumir o Agnès. Foi reconhecida como uma das grandes discípulas de Henri Cartier-Bresson e sua paixão pela fotografia é visível em seus filmes.
Após perceber que a fotografia era uma forma limitada para sua expressão artística se interessa pelo audiovisual e realiza seu primeiro filme aos 25 anos, um longa-metragem chamado "La Pointe Courte", que já misturava narrativa ficcional e realidade com sua câmera captando o chamado “documental subjetivo” da experiência humana. O filme, hoje, após uma revisão histórica, é considerado como o marco fundamental da Nouvelle Vague e foi essencial para Jean-Luc Godard e François Truffaut fazerem suas estréias cinematográficas anos mais tarde,
Esquematicamente, Truffaut e Godard faziam parte de outro grupo da Nouvelle Vague, o grupo do “Cahiers du Cinema” . Varda pertencia ao grupo da "Rive Gauche", que tinha uma concepção menos rígida do cinema. Junto a ela, seu marido  o cineasta Jacques Demy, Alain Resnais e Marguerite Duras faziam parte do grupo que enfatizava um maior engajamento social do cinema e usavam referencias marcantes das artes plásticas, da fotografia e da literatura em seus filmes. Esse grupo, de certa forma, foi marginalizado pela " Nouvelle Vague  “oficial", tão masculina, de  François Truffaut e Jena-Luc Godard [1], apesar da admiração e respeito de ambos pelo cinema de Agnès Varda .
Ao longo de 64 anos de atuação, o cinema de Varda, é também um cinema político feminista por excelência, ao mostrar vidas de personagens femininas quase sempre marginalizadas pela sociedade junto. à subjetividade de suas protagonistas que revelam debates de gênero e da condição naturalizada das mulheres na sociedade.  É  exemplo de cinema autoral ao desenvolver uma forma peculiar de contar histórias.
Seu cinema não foi panfletário e sim reflexivo. Por ser contextualizado politicamente, são filmes abertamente militantes que também captam particularidades sutilezas e subjetividades do universo feminino. São duas vertentes complementares no mesmo discurso fílmico. A obra de Agnès Varda tem o mérito também de uma convergência e certa (re)conciliação com o universo masculino, diferentes de certos grupamentos feministas em vários momentos que se revestem de um binarismo excludente e autoritário no qual o medo recíproco  transforma-se no dialogo da violência: é " a binarização da sensibilidade" [2] . Varda foi dialética!
Em artigo, Patrícia Machado comenta:
"Seja nos filmes de ficção ou documentários, as mulheres vão assumir o protagonismo nos filmes de Agnès Varda, o que não livra a cineasta de duras críticas de um público moralista ou ainda de feministas radicais que vão acusá- la de não ser feminista o bastante. (...) que a acusavam de não ser dura o bastante com os homens, ou de não odiá-los suficientemente. Varda rebatia afirmando que não eram os homens os seus inimigos, mas sim a ideologia machista impregnada nas instituições: (...) precisamos dos radicais, eles são importantes, mas eu não concordo que um filme feminista deva colocar os homens para baixo, ou mostrar que é por causa deles que estamos em desvantagem. São as instituições que são o problema. Mesmo que as instituições na sociedade sejam feitas por homens, os homens muitas vezes estão apenas seguindo a ideologia que aprenderam ao longo dos séculos de civilização quando eram os líderes." [3]
Ainda conforme Machado
"O modo como a mulher é tratada pelas instituições incomodava Varda, que reclamava da ausência de filmes em que elas aparecessem trabalhando, se relacionando com pessoas no trabalho. (...) Não à toa, suas personagens de filmes de ficção e documentário são artistas, comerciantes, militantes, secretárias".
Portanto, o cinema de Agnès Varda, " além de caminhar no mesmo rumo de uma Nouvelle Vague mais esquerdista e experimental, também pode encontrar ressonância em um cinema político. (...), pois ela, além de ser mulher em uma indústria dominada por homens, sempre priorizou narrativas de vidas de mulheres, algo que não era tão comum ou popular na época"[4],
E como exemplos de sua coerência entre vida e obra, Agnes Varda marcou , em 1971, um posicionamento político forte ao assinar o chamado “Manifesto das 343”[5], um documento que reunia a assinatura de mulheres que haviam realizado aborto induzido, considerado ilegal na França daquela época. Em 1977, criou sua própria produtora de filmes, a Cine-Tamaris, com o objetivo de ter mais controle sobre todo o processo de criação, edição, produção e distribuição..
Enfim, a obra de Varda é atualíssima devida principalmente às condições atuais de violência e de agressividade masculina que querem anular o papel da mulher no processo histórico. Deste modo, o cinema político feminista que Agnès Varda  é a precursora, pode "acontecer das mais variadas formas, seja de uma forma mais abertamente militante ou através de suas nuances, sutilezas e bordas, construir uma narrativa que realmente leve em conta a vivência tanto singular quanto coletiva de mulheres. Parece algo simples, mas faz muita diferença se essa história é contada sob a ótica de uma mulher, já que estamos tão acostumadas a nos vermos representadas apenas através da visão que homens tem de nós, o chamado “olhar masculino”, (...). Além disso, em uma indústria sexista e excludente, é muito importante a valorização de cineastas mulheres, e temos muitas, como Lizzie Borden, Lina Wertmüller, Chantal Akerman, Marguerite Duras, Claire Denis, Barbara Loden, Margarethe von Trotta, Lucrecia Martel, Jane Campion, Sofia Coppola, Ida Lupino, etc. Mas também fica a questão: será que todo filme dirigido por uma mulher é automaticamente feminista ou implica em uma desconstrução de padrões de gênero? "[6]

NOTAS:
 [1]" Aos que amam Jean-Luc Godard e sabem da importância dele na vida de Varda, um filme se faz obrigatório (apesar da “grosseria” que ele impingiu à amiga e colega de percurso, quando não a recebeu, junto com JR, durante as filmagens de “Visages, Villages”). Ela – neste filme – chora, enxuga os olhos e, depois, conformada, diz que continuará a gostar do amigo suíço. Pois foi Agnès Varda, a precursora da Nouvelle Vague, que transformou o grande cineasta em ator do delicado e encantador “Les Fiancés du Pont Mac Donald” ou “Méfiez-Vous des Lunettes Noires”, 1961). Este curta, em que o autor de “Acossado” contracena com a linda Anna Karina, virou parte de “Cleo de 5 a 7”, lançado um ano depois  Disponivel em http://revistadecinema.com.br/2019/05/varda-por-agnes/.
[2] Para entender o fascismo dos impotentes. Disponível em https://outraspalavras.net/direita-assanhada/para-entender-o-fascismo-dos-impotentes/
[3] Revista Arquivo em Cartaz - 2019 .Mulheres no Cinema. Disponível em http://arquivonacional.gov.br/images/Revista_arquivo_em_cartaz_2019_miolo_grafica_Online.pdf [4] Cinema Político e Feminista: Agnès Varda. Disponivel em https://valkirias.com.br/cinema-politico-e-feminista-agnes-varda/
[5] O Manifesto das 343 foi uma declaração publicada na revista francesa Le Nouvel Observateur em 5 de abril de 1971 e assinada por 343 mulheres que admitem ter tido um aborto, expondo-se assim a processo criminal, visto que o aborto era proibido na França naquela época. Ele também era conhecido como o "Manifesto das 343 Vagabundas por causa de uma publicação do semanário satírico Charlie Hebdo que expôs um desenho atacando políticos do sexo masculino com a pergunta "Qui a engrossé les 343 Salopes du manifeste sur l'avortement?" ("Quem engravidou as 343 vagabundas do manifesto do aborto? ") O texto do manifesto foi escrito por Simone de Beauvoir .
[6] Cinema Político e Feminista: Agnès Varda. Disponivel em https://valkirias.com.br/cinema-politico-e-feminista-agnes-varda/

 
FILMOGRAFIA DE AGNES VARDA

2019-Varda por Agnès
2017 Visages, villages
2015 Les 3 boutons (Curta)
2014 Un salut à Henri Langlois (Curta)
2011 Agnès de ci de là Varda )
2008 As Praias de Agnès (Documentário)
2007 Vive les courts metrages: Agnès Varda présente les siens en DVD (Video Documentário Curta)
2006 Quelques veuves de Noirmoutier (Documentário)
2005 Cléo de 5 à 7: souvenirs et anecdotes (Video Curta)
2005 Les dites cariatides bis (Video Documentário Curta)
2004 Viennale Walzer (Curta)
2004 Cinévardaphoto (Documentário)
2004 Ydessa, les ours et etc. (Documentário Curta)
2003 Le lion volatil (Curta)
2002 Hommage à Zgougou (et salut à Sabine Mamou) (Curta)
2002 Les glaneurs et la glaneuse... deux ans après (Documentário)
2000 Curta 4: Seduction (Video)
2000 Os Catadores e Eu (Documentário)
1995 L'univers de Jacques Demy (Documentário)
1995 As Cento e uma Noites
1993 Les demoiselles ont eu 25 ans (Documentário)
1991 Jacquot de Nantes
1988 Jane B. por Agnès V.
1988 Kung-fu master!
1986 Você Tem Belas Escadarias, Sabia? (Curta)
1985 Histoire d'une vieille dame (Curta)
1985 Os Renegados
1984 7 Cômodos, Coz., Banh., ... Imperdível! (Curta)
1984 As Tais Cariátides (Documentário Curta)
1983 Ulisses (Documentário Curta)
1983 Une minute pour une image (TV Series Documentário)
1981 Documenteur
1981 Mur murs (Documentário)
1977 Uma Canta, a Outra Não
1976 Amor e Prazer no Irã (Documentário Curta)
1976 Daguerréotypes (Documentário)
1975 Resposta das Mulheres: Nosso Corpo, Nosso Sexo (Curta)
1971 Nausicaa (TV Filme)
1969 O Amor dos Leões
1968 Os Panteras Negras (Documentário Curta)
1967 Tio Yanco (Documentário Curta)
1967 Longe do Vietnã (Documentário)
1966 Elsa, a Rosa (Curta)
1966 As Criaturas
1965 Chroniques de France (TV Serie )
1965 As Duas Faces da Felicidade
1964 Saudações, Cubanos! (Documentário Curta)
1962 Cléo das 5 às 7
1961 Os Amantes da Ponte Mac Donald (Curta)
1958 La cocotte d'azur (Curta)
1958 Du côté de la côte (Curta)
1958 O saisons, ô châteaux (Curta)
1958 A Ópera-Mouffe (Curta)
 1955 La Pointe-Courte