quarta-feira, 28 de junho de 2017

Lumiére - O filme


DISCURSO DE ANIVERSÁRIO DO LUMIÈRE.
Junho  de 2017.

Começo elogiando esta bem-sucedida iniciativa que foi a criação do grupo Lumière- Loucos por Cinema.
Nesse primeiro ano de atividades, sobressaiu o espírito de amizade, companheirismo e  convivência fraternal entre nós.
Não esquecendo de mencionar um  subproduto do projeto, que foi o bloco de carnaval com o nome  de Sanatório Geral, que se apresentou no carnaval de 2017 na praça de Lumiar.
Ressalto o caráter democrático e participativo do projeto, já que todos podem apresentar seus filmes preferidos e debater com os amigos do Lumière.
Somos gratos ao  criador do projeto, Joaquim, que alia a seu espírito fraternal, garra, obstinação e competência.
Cabe reconhecer que sem as meninas da Estalagem Café, tal projeto não se realizaria. Na Estalagem recebemos atenção, quitutes e carinho.
Gratidão, como se diz por aqui, a Lyz e Elis.
Vida longa ao Lumière.
Virgilio Roma
1 de julho de 2017.


quinta-feira, 22 de junho de 2017

Teorema (1968,Pier Paolo Pasolini)



Indicação do filme, apresentação e texto : Virgílio Roma

QUEM  FOI  PASOLINI?
Pasolini foi ativista, comunista, ateu, e homossexual assumido. Sendo assassinado em 1971, por um garoto de programa, em circunstancia ainda hoje não esclarecidas. Era crítico contumaz da sociedade de consumo.
FILMOGRAFIA.
Realizou  diversos filmes nos anos 60, como Acatone,Mama Roma,o seu clássico Evangelho segundo São Matheus, que fez para o Papa João XXIII ,e por fim  Decameron e Sallo no fim da década.
O  TEOREMA FILME DE 1968.
Precisamos entender o  contexto social e histórico que envolve o filme. Houve a  Revolta de maio de 68 dos estudantes na França, a contracultura e o underground nos EUA. Por fim existia uma atmosfera de critica a  sociedade de consumo onde Pasolini era muito engajado.
 A PROPOSTA DO FILME
Mostra   como um visitante especial, um anjo, Deus, um sedutor , pode modificar a vida de uma família burguesa. O hospede é  uma espécie de messias que anuncia o fim do mundo burguês.
O  hospede com seu contato implode a família burguesa, seus papeis pouco autênticos. faz surgir os desejos reprimidos.seria o fim do domínio do capital produtivo e sua representação social:  a família.
O filme começa com o industrial doando sua  fabrica aos operários. Seria o fim do domínio do capital produtivo e implantação de uma sociedade de pequenos burgueses acionistas sob domínio do capital financeiro que estaria emergindo. Isso se afirma pela pergunta de um jornalista no início do filme.
O burguês segue em crise ao longo do filme, vendo sempre junto com o expectador a figura do deserto. Ao fim do filme ele anda pelo deserto sem roupa, soltando  um grito primal.
O jovem se transforma em artista, desnudando sua personalidade até então frustrada sexual e existencialmente.
A jovem apegada ao pai,após encontro sexual com o visitante entra em colapso nervoso não conseguindo viver a nova experiência de vida sem o  visitante que vai embora.
A matriarca da família Silvana Mangano, Deusa do Cinema Italiano, após fazer sexo com o visitante, sai em busca de prazeres com jovens que sai catando pelos arredores da cidade. Curiosamente sempre perto de igrejas, que remetem ao sentimento de culpa. Ela procura se libertar da vida morna e convencional que vivia.
Por fim, a empregada que seria a classe proletária, se pune pela experiência sexual. Volta pra sua cidade, vira santa, levita e se pune se enterrando viva.
O guia do filme é aquele em  que os personagem são confrontados em  seu estilo de vida, superficial, reprimido. O jovem visitante traz o despojamento, a naturalidade. O anjo atrai a atenção da família com envolvimento sexual e libertação dos desejos reprimidos.

Virgílio Roma


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quinta-feira, 15 de junho de 2017

A Vida de Brian (1979;Terry Jones)


Indicação e apresentação do filme:  Frederico Schornbaum  e Turma 1001 /Ensino Médio, do Colégio Estadual José Martins da Costa/São Pedro da Serra

Splendor (Ettore Scola,1989)


Indicação e apresentação do filme : Joaquim Ferreira

Um pano branco estendido e um menino sentado em frente dele. Esse é o cinema de Ettore Scola. Nessa emocionante narrativa, o diretor italiano provoca a nostalgia no espectador ao projetar, na tela do cinema Splendor, alguns dos sucessos que conquistaram o mundo. Filmes dentro do filme. A metalinguística aqui não é apenas um diálogo, mas também uma homenagem.
Como acontece em Cinema Paradiso, filme que estreou no mesmo ano e que ofuscou o sucesso de Scola, o longa-metragem carrega um contexto baseado na ascensão e decadência de uma sala de cinema, que é gerenciada por Jordan como herança do pai. No entanto, embora ambos esbocem a mesma temática o olhar que Scola apresenta no filme dele traz mais relevância com a realidade e com a dicotomia entre vida e cinema, em contraste com a história de amizade e amor que é o foco abordado no Paradiso.
Na trama de Scola o declínio do cinema implica Por conta da crescente disseminação da televisão, a bilheteria não vende e a frágil situação financeira desencadeia a visita ao passado. A memória de Jordan, interpretado por Marcello Mastroianni, ganha forma a partir da mecânica de como funcionava o cinema quando era criança: de dentro de um carro, um rolo de filme vai correndo quadro por quadro diante da luz, projetada em um lençol, ao mesmo tempo em que o som acompanhava, sendo tocado à manivela.
O progresso segue até a cabine de projeção. Lá quem reina é a personagem de Massimo Troisi, Luigi. Ele é acima de tudo um cinéfilo, apaixonado pelas lindas musas do cinema mundial. Troisi rouba a cena nesse filme com o entusiasmo e a emoção que deixa fluir, bombeando o coração da personagem dele.
Em linhas gerais fica visível que a trama se trata do relacionamento com o cinema. É ele que aproxima os personagens. Amores chegam, conquistam, mas de alguma forma seguem e se transformam, mas o amor pela sétima arte se mantém acima das nuances do cotidiano. Não existem imprevistos no cinema.
Com idas e vindas temporais, a fotografia se divide entre cenas em preto e branco e colorido. Isso resulta em um paralelo que caminha ao mesmo tempo demonstrando o progresso e a transformação dos personagens e como a passagem do tempo transforma a maneira como a sociedade aprecia o cinema.
O grau de importância da sala de cinema deixa de ser um acontecimento social de magia para ser uma alternativa de entretenimento. Em meio a esse processo, as histórias impelem o espectador a se emocionar com as diversas vidas que passam na telona e fora dela.
O filme que dá o fechamento dentro desse longa-metragem é A Felicidade Não se Compra. Um apoio inesperado da sociedade local preenche as cadeiras do cinema que está para fechar as portas. Do teto que se abre começa a cair neve, reconstituindo em certa medida a cena final deste marco do cinema dirigido por Frank Capra.