quarta-feira, 30 de outubro de 2019

CICLO DE FILMES "GRANDES DIRETORES" - FRANÇOIS TRUFFAUT

Indicação , apresentação dos filmes e texto: Joaquim Ferreira


FRANÇOIS TRUFFAUT
Nascimento: 6 de Fevereiro de 1932 
Falecimento: 21 de Outubro de 1984
Paris - França

Um dos  criadores do movimento cinematográfico conhecido como Nouvelle Vague . Os temas principais de sua obra foram as mulheres, a paixão, a infância e o cinema . Foi  também roteirista, produtor e ator. François Truffaut fez seu primeiro filme em 1955, o curta  Uma Visita, filmado em preto-e-branco e 16mm. Naquele mesmo ano, produziu o argumento de Acossado, de Jean Luc-Godard, outro importante nome da Nouvelle Vague.

FILMOGRAFIA
 1983 - De Repente,Num Domingo (Vivement Dimanche!)
1981 -A Mulher do Lado (La Femme d’à Côté)
1980 -O último metrô (Le dernier metro)
1979 -O amor em fuga (L’amour en fuite)
1978- O Quarto Verde (La chambre verte)
1977- O homem que amava as mulheres (L’homme qui aimait les femmes)
1976 -Na idade da inocência (L’argente de poche)
1975 -A História de Adèle H. (L’Histoire d’Adèle H.)
1973 -A noite americana (La nuit americaine)
1972- Uma jovem tão bela como eu (Une belle fille comme moi)
1971- As duas inglesas e o amor (Les deux anglaises et le continent)
1970 -Domicílio conjugal (Domicile conjugal)
1969 -O Garoto Selvagem (L’Enfant Sauvage)
1969 -A Sereia do Mississipi (La Sirène du Mississipi)
1968- Beijos Proibidos (Baisers Volés)
1967- A noiva estava de preto (La mariée etait en noir)
1966- Fahrenheit 451 (Fahrenheit 451)
1964 -Um Só Pecado (La Peau Douce)
1962 -Amor aos 20 anos (Antoine et Colette)
1962- Uma Mulher Para Dois (Jules et Jim)
1960 -Atirem no Pianista (Tirez Sur le Pianiste)
1959- Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups)
1958-Une Histoire D'Eau(co-dirigido com Jean-Luc Godard )
1957-Les Mistons(Os Pivetes)
1955-Une Visite(Uma Visita)
  
INFÂNCIA
 Truffaut  nunca conheceu o pai biológico e foi criado pelos avós maternos - já que a mãe o rejeitara.  Com sete anos, François viu o primeiro filme no cinema.Aos 10 anos, François perdeu a avó e foi morar com a mãe, que estava casada com Roland Truffaut, um arquiteto católico que registrou  o garoto com o seu sobrenome. Foi o período mais difícil da infância de Truffaut. Rechaçado pela família ,seu espírito rebelde transformou-o em um mau aluno na escola e o induziu a cometer alguns atos de delinqüência, como pequenos furtos. Esta fase de convívio com os pais inspiraria futuramente na construção de Os Incompreendidos de 1959, longa-metragem  de estréia de Truffaut.
A paixão pelo cinema fez o jovem Truffaut fundar, em 1947, um cineclube, chamado Cercle Cinémane. numa época de enorme efervescência cultural na França do pós-Segunda Guerra Mundial.Sobre isso, dizsse Truffaut: "Naquela época na minha vida (...)o cinema agia como uma droga,ao ponto do Cineclube que fundei em 1947 ostentar o nome pretensioso  mas revelador de Cercle Cinémane( Círculo Cinemamiaco)"  [1] François TruffautOs filmes de minha vida, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1989.pp.15
Mas o Cercle não teria vida longa, já que ele concorria com o Travail et culture, cineclube do escritor e crítico de cinema André Bazin. Quando este soube que o Cercle estava à beira da falência, foi conhecer o jovem Truffaut e, sensibilizado com o menino cinéfilo, passou a ser uma espécie de "tutor" para ele.

A NOUVELLE VAGUE
Truffaut desenvolveu seu famoso conceito de Politique des Auteurs (Teoria Autoral),  no qual a obra é considerada uma produção individual, seja ela uma canção, um filme ou um livro. Defendia que a responsabilidade sobre um filme dependia quase que exclusivamente de uma única pessoa, em geral o diretor. Para ele, o grande representante de sua teoria era o diretor britânico Alfred Hitchcock. Estilisticamente, Truffaut desenvolveu a teoria da Câmera-Stylo. O  cineasta tal qual um escritor ,"escreve" com sua câmera . algumas das características da Nouvelle Vague :  Câmera na mão, pequenos orçamentos, montagens transgressoras, filmagens nas ruas com  atores pouco conhecidos interpretando personagens marginais como criminosos, rebeldes e adúlteros ,roteiro livre e ligado a temas cotidianos e foco no psicológico dos personagens foram 

CAHIERS DU CINÉMA
Em abril de 1951 - época em que François Truffaut estava preso - foi criada a Cahiers du cinéma. F undada por André Bazin(1918-1958), influente crítico e teórico do cinema É uma das mais importantes revistas de cinema do mundo. 
 Em 1956, Truffaut foi assistente de produção de Roberto Rossellini .
Truffaut alistou-se nas Forças Armadas francesas. Arrependido ,tentou escapar  mas acabou preso por tentativa de deserção. Novamente, André Bazin intercedeu por ele e Truffaut livrou-se do serviço militar depois de dois anos, em fevereiro de 1952. Desempregado, aceitou morar com a família de Bazin e se dedicou a ver filmes e escrever artigos como freelancer.

A MISE-EN-SCÈNE
Derivado da terminologia do teatro, é  ato de encenar uma peça ou de pôr em cena um espetáculo teatral ou de dirigir um filme. André Bazin usa a expressão para descrever um estilo de direção fílmica distinto daquele conhecido como montagem. Enquanto esta deriva seu significado da relação entre uma tomada e a próxima através da edição, a "mise-en-scène" enfatiza o conteúdo da tomada ou "shot" ou "frame", Seus proponentes vêem a montagem como disruptivo para a unidade psicológica do homem com seu ambiente e citam filmes tais como "Citizen Kane", de Orson Welles, como exemplo  para o apoio aos seus argumentos. O cisma entre a "mise-en-scène" e montagem é mais profundo na teoria do que na prática: a maioria dos cineastas emprega ambos quando dirigem seus filmes. Aqui e ali algum cineasta prefere a "mise-en-scène", outros, a montagem.

A MONTAGEM NA ARTE DO FILME

O termo "montage", como é geralmente entendido hoje, está associado ao trabalho e à teoria de Sergei Eisenstein e Lev Kuleshov., na qual veio a representar o arranjo retórico de planos em justaposição, de modo que o choque ("clash") entre duas imagens limítrofes sugere uma terceira entidade independente e cria um significado inteiramente novo. americano .Eisenstein via a montagem como meio de evocar reações emocionais dos espectadores.



Nenhum comentário:

Postar um comentário