terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Dogville( 2003,Lars von Trier)


Indicação ,apresentação do filme e texto: Reinaldo Silva

                                 Dogville e o exercício do Poder


Direção e Câmara: Lars Von Tries - 2003
Obs: Esteve em cartaz no teatro Clara Nunes, RJ, a peça adaptada a esse filme até o dia 16/12/18, e ficará em cartaz entre os dias 25 a 31/01/19 no Teatro Porto Seguro em SP.
Se existe uma palavra nada original, mas que cabe perfeitamente neste caso é a palavra polêmico! E o motivo central deste adjetivo está relacionada aos minutos finais do filme. Não cabe a mim fazer qualquer juizo de valor sem que o filme seja visto, nem sequer uma mínima dica. Mas eu tenho uma visão ambígua sobre o filme. Não é uma contradição, e foi por isso que o indiquei. Tenho sempre o cuidado de não emitir nenhum parecer que antecipe a escolha de quem deseja ver o filme.
Acompanha as cenas de Dogville uma fundamental e peculiar narrativa do ator Jonh Hurt (uma espécie de “presença ausente” nas cenas do filme), contando uma fábula sobre uma comunidade pós período conhecido como uma das maiores crises do capitalismo nos Estados Unidos (Depressão-1929). Portanto, não estamos assistindo nenhum filme “baseado em fatos reais” e sim uma ficção. Aliás, todos os filme são ficções e o uso “baseado em fatos reais” é pura jogada comercial de marketing dos realizadores para atrair maior público.
O filme trata de questões morais e éticas dos moradores da comunidade Dogville com uma recém chegada Grace (Nicole Kidman). O filme é sobre uma possível alusão sobre emigrantes que vivem ilegalmente nos Estados Unidos. Mas, no meu entender, o filme também serve como reflexão sobre o uso do medo como justificativa para o exercício do poder tirânico, face aos interesses moralmente inconfessáveis. Qual o comportamento moral que deve prevalecer diante de situações em que o outro expõe as suas fragilidades existenciais/concreta?
O tema mais absorvente do filme é o exercício do poder político no exercício da convivência e não como ideologia política.
Somente uma narração irônica para desmontar a rede de cinismos, hipocrisias, aversões dissimuladas,  ressentimentos, inveja, fracassos pessoais e ódios compartilhados por todos que vivem naquela comunidade.
O elenco impecável e o  cenário do filme  totalmente original, mas se trata de uma peça filmada, como alguns críticos consideraram.
O diálogo entre pai (James Caan) e filha (Nicole Kidman) é primoroso.
Abs
Reinaldo

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