terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Festim Diabólico(1948,Alfred Hitchcock)


Indicação , apresentação do filme e texto: Reinaldo Silva

                            
Atenção: Concorra a 6 (seis dvds) completos e originais, respondendo as perguntas que estão no final deste artigo.

Festim Diabólico
Obs Gerais: Filme de 1948 com duração de 80 minutos-Baseado na peça de Patrick Hamilton -Título em inglês: Rope tradução literal de Corda-
Detalhes: *Com Festim Diabólico Hitchcock se torna o seu próprio produtor, é seu primeiro filme em cores e um desafio técnico que ele nunca tinha utilizado em seus filmes anteriores e que jamais utilizará nos filme posteriores.
Não vou contar nenhum cena dessa magistral obra de Hitchcock. Este filme não é uma obra cinematográfica datada, embora tenha a idade de 70 anos. Ao contrário, é para ser vista e revista inúmeras vezes, porque representa o cinema como uma linguagem artística sobre inúmeras formas e comparável a Janela Indiscreta e O Corpo que Cai, outros filmes deste diretor. Considero bastante apropriada a tradução do título para Festim Diabólico. A trama que sustenta a narrativa do filme justifica esta tradução.
No livro de entrevistas de mais de 350 páginas (edição portuguesa Cia das Letras) que Truffaut fez com Hitchock, considerada leitura obrigatória por diversos diretores, estudantes de cinema e por quem tem interesse em conhecer a obra deste diretor, que marcou definitivamente a história do cinema, Hitchock relata que, vendo a peça composta de um único ato sem intervalo, indagou-se sobre a possibilidade técnica de fazer o filme desde o início até o fim sem nenhuma interrupção tal como a peça. Essa decisão esbarrava no limite físico da bobina de filmagem. Cada bobina só podia ser utilizada no máximo por 10 minutos. Como Hitchcock superou essa dificuldade?
A solução foi fazer o filme em vários “planos-sequência” imperceptíveis para o público. O que é um plano-sequência? Acredito que para milhões de espectadores já viram filmes com algumas cenas sem cortes e um pouco mais longas que outras, onde uma única câmara se movimenta focalizando diferentes ângulos e perspectivas sem se fixar durante muito tempo em algum personagem ou objeto. A câmara passeia e direciona a visão. Em 1948, criar essa “magia imperceptível” para os expectadores significava um exaustivo trabalho repetitivo: ensaios com atores, técnicos, adaptação no set de filmagem, dosagem equilibrada da iluminação, adaptação de cenário, controle do peso das câmaras, etc. E no caso de Hitchcock estamos nos referindo a um dos diretores mais perfeccionista que o cinema já teve.
Mas o plano-sequência também tem uma função, que podemos classificar, grosso modo, como “psicológica”: aumentar os estímulos de atenção redobrada no público, uma vez que o olhar fica submerso aos detalhes que a movimentação da câmara produz em nossa visão. Isso não é um detalhe secundário. São as nossas emoções sendo direcionadas sutilmente sem percebermos. Assistir um filme nos coloca sempre nesta posição passiva e desejada. Vários diretores pós Hitchcock utilizaram o plano-sequência em sua produção para atingir efeitos de maior tensão (consulte o youtube).
Finalmente, não vou deixar despercebida uma cena composta de diálogos envolvendo os principais personagens da trama, porque é uma deformação da questão central que tenta justificar o gesto praticado. A justificativa parte de uma interpretação totalmente equivocada sobre uma passagem do pensamento do filósofo Nietzsche, onde segundo os personagens, ele seria o ideólogo do nazismo, cujos escritos apontaria a imagem de um “Super-Homem” capacitado a eliminar os indivíduos fracos em nome de uma moral superior dos indivíduos fortes para almejar um “patamar civilizatório mais elevado”. Na época em que o filme foi produzido, pós Segunda Guerra, era compreensível acreditar nesta farsa interpretativa, pois se tratava de encontrar um responsável, um responsável pelo holocausto. Hitchcock expõe essa passagem do filme com uma certa ambiguidade. O personagem de James Stewart  demonstra fragrante uma “mea culpa” ao perceber revoltado que a ironia de algumas falas feitas anteriormente foram usadas como justificativa de um ato abominável, principalmente porque ele era um professor.
Não vou prolongar mais essa explicação para extrapolar os comentários sobre o filme em seu aspecto geral. Caso haja interesse fico à disposição para comentários posteriores após a exibição do filme.   Vamos então promover o nosso “concurso”. São três perguntas e cada uma vale 02 Dvds
Perguntas
1) Hitchcok apareceu em inúmeros filmes que realizou. Em qual cena ele aparece no filme Festim Diabólico?

2) Qual a estratégia, ou seja, em quais momentos Hitchcock muda a bobina de filmagem sem interromper as cenas, dando a impressão de que o filme foi feito em único plano-sequência e não em 10 planos-sequência?
3) Em que momento o personagem de James Stewart chega ao ponto mais alto de desconfiança em relação ao fato ocorrido?

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