Indicação , apresentação do filme e texto: Reinaldo Silva
Atenção: Concorra a 6 (seis dvds) completos e originais,
respondendo as perguntas que estão no final deste artigo.
Festim
Diabólico
Obs Gerais: Filme de 1948 com duração de
80 minutos-Baseado na peça de Patrick Hamilton -Título em inglês: Rope tradução
literal de Corda-
Detalhes: *Com Festim Diabólico Hitchcock se torna o seu
próprio produtor, é seu primeiro filme em cores e um desafio técnico que ele nunca
tinha utilizado em seus filmes anteriores e que jamais utilizará nos filme
posteriores.
Não vou contar nenhum cena dessa
magistral obra de Hitchcock. Este filme não é uma obra cinematográfica datada,
embora tenha a idade de 70 anos. Ao contrário, é para ser vista e revista
inúmeras vezes, porque representa o cinema como uma linguagem artística sobre
inúmeras formas e comparável a Janela Indiscreta e O Corpo que Cai, outros
filmes deste diretor. Considero bastante apropriada a tradução do título para
Festim Diabólico. A trama que sustenta a narrativa do filme justifica esta
tradução.
No livro de entrevistas de mais de
350 páginas (edição portuguesa Cia das Letras) que Truffaut fez com Hitchock,
considerada leitura obrigatória por diversos diretores, estudantes de cinema e
por quem tem interesse em conhecer a obra deste diretor, que marcou
definitivamente a história do cinema, Hitchock relata que, vendo a peça
composta de um único ato sem intervalo, indagou-se sobre a possibilidade
técnica de fazer o filme desde o início até o fim sem nenhuma interrupção tal
como a peça. Essa decisão esbarrava no limite físico da bobina de filmagem.
Cada bobina só podia ser utilizada no máximo por 10 minutos. Como Hitchcock
superou essa dificuldade?
A solução foi fazer o filme em vários
“planos-sequência” imperceptíveis para o público. O que é um plano-sequência?
Acredito que para milhões de espectadores já viram filmes com algumas cenas sem
cortes e um pouco mais longas que outras, onde uma única câmara se movimenta
focalizando diferentes ângulos e perspectivas sem se fixar durante muito tempo em
algum personagem ou objeto. A câmara passeia e direciona a visão. Em 1948,
criar essa “magia imperceptível” para os expectadores significava um exaustivo
trabalho repetitivo: ensaios com atores, técnicos, adaptação no set de
filmagem, dosagem equilibrada da iluminação, adaptação de cenário, controle do
peso das câmaras, etc. E no caso de Hitchcock estamos nos referindo a um dos
diretores mais perfeccionista que o cinema já teve.
Mas o plano-sequência também tem uma
função, que podemos classificar, grosso modo, como “psicológica”: aumentar os estímulos
de atenção redobrada no público, uma vez que o olhar fica submerso aos detalhes
que a movimentação da câmara produz em nossa visão. Isso não é um detalhe
secundário. São as nossas emoções sendo direcionadas sutilmente sem percebermos.
Assistir um filme nos coloca sempre nesta posição passiva e desejada. Vários
diretores pós Hitchcock utilizaram o plano-sequência em sua produção para
atingir efeitos de maior tensão (consulte o youtube).
Finalmente, não vou deixar
despercebida uma cena composta de diálogos envolvendo os principais personagens da trama, porque é uma deformação da questão central que tenta justificar o
gesto praticado. A justificativa parte de uma interpretação totalmente
equivocada sobre uma passagem do pensamento do filósofo Nietzsche, onde segundo
os personagens, ele seria o ideólogo do nazismo, cujos escritos apontaria a
imagem de um “Super-Homem” capacitado a eliminar os indivíduos fracos em nome
de uma moral superior dos indivíduos fortes para almejar um “patamar
civilizatório mais elevado”. Na época em que o filme foi produzido, pós Segunda
Guerra, era compreensível acreditar nesta farsa interpretativa, pois se tratava
de encontrar um responsável, um responsável pelo holocausto. Hitchcock expõe essa
passagem do filme com uma certa ambiguidade. O personagem de James Stewart demonstra fragrante uma “mea culpa” ao perceber revoltado que a ironia de
algumas falas feitas anteriormente foram usadas como justificativa de um ato
abominável, principalmente porque ele era um professor.
Não vou prolongar mais essa
explicação para extrapolar os comentários sobre o filme em seu aspecto geral.
Caso haja interesse fico à disposição para comentários posteriores após a
exibição do filme. Vamos então promover
o nosso “concurso”. São três perguntas e cada uma vale 02 Dvds
Perguntas
1) Hitchcok apareceu em inúmeros filmes que realizou. Em qual cena ele aparece
no filme Festim Diabólico?
2) Qual a estratégia, ou seja, em
quais momentos Hitchcock muda a bobina de filmagem sem interromper as cenas,
dando a impressão de que o filme foi feito em único plano-sequência e não em 10
planos-sequência?
3) Em que momento o personagem de
James Stewart chega ao ponto mais alto de desconfiança em relação ao fato
ocorrido?
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