terça-feira, 5 de junho de 2018

A Frente Fria Que a Chuva Traz (2016, Neville de Almeida)



Indicação ,apresentação do filme e texto: Fernando Terra


A Frente Fria que a Chuva Traz (2016) do cineasta Neville d´Almeida é um filme intenso em diversos sentidos. Dialoga com as contradições da cidade, é um misto de desejos sensoriais e, ao mesmo tempo, conflitantes.
Com diálogos tendendo a uma espécie de escatologia linguística, sons estridentes e drogas, jovens de classe média alta do Rio de Janeiro alugam uma laje no alto do Morro do Vidigal para realizarem suas festas particulares. 
A intensidade da juventude nos faz esquecer que tudo tem um prazo de validade. A frente fria nos remete ao retraimento, à pausa ou um convite à reflexão do que se passou nos dias de calor. Tal como o carnaval, onde a folia corre solta por dias mas sempre chega a quarta-feira.
É sobre o tempo cronológico, metereológico e transcendente.
É sobre a indiferença dos sujeitos no espaço urbano, onde o tecido, tomado de contradições, se esgarça. 

Um filme provocador, sobre a cidade e os sujeitos.

Fernando Terra

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