Indicação do filme: Mauricio Siaines
Apresentação e texto :Joaquim Ferreira;Miguel Armando
Realizado em 1969, Queimada ,dirigido pelo italiano Gillo Pontecorvo é ambientado em uma ilha caribenha
fictícia, revelando tramas e artimanhas da exploração que
sustenta o capitalismo, em especial nos
termos da globalização contemporânea.No filme, Queimada é uma ilha portuguesa,
mas a verdade é que foi rodado na Colômbia. Outro ponto é que Portugal não
colonizou nada nas Antilhas.
Marcando a passagem do colonialismo (dominação
direta) para o imperialismo (dominação indireta), a narrativa traz Marlon Brando
interpretando o aventureiro Willian Walker
enviado à ilha para fomentar rebeliões e derrubar o domínio português,
estimulando o nacionalismo e a constituição como nação independente.
Manipulador habilidoso, Walker instiga a rebelião
aliciando líderes e organizando grupos guerrilheiros entre a população escrava
que sustenta a monocultura canavieira da ilha, promovendo, também, a
substituição da exploração escravocrata pelo liberalismo, incluindo a mão de
obra assalariada “livre”. A comparação das relações entre marido, esposa e
prostituta, simbolizando patrão, escravo e empregado é um momento marcante do
filme, atestando a incomparável habilidade narrativa cinematográfica do diretor
no tratamento crítico de temáticas políticas.
Os escravos lutam, ganham, mas não levam. Walker
convence a liderança negra que a conquista da liberdade não significa
capacidade para governar. A burguesia branca assume o poder e os negros voltam
à condição subalterna, com a substituição da opressão colonialista lusitana
pela exploração imperialista britânica.Parte da liderança negra retoma a luta,
agora contra os novos opressores e Walker é enviado uma vez mais para Queimada,
com a missão de caçar e exterminar o líder que ele mesmo criara.
Os governantes fazem com que o povo acredite que
eles ocuparão o poder e terão oportunidade de decidir seus destinos, mas, ao
final, constata-se, no círculo vicioso da História, que o povo, ainda que sob
uma nova roupagem, continua a ser “massa de manobra” daqueles que detém o
capital e o conhecimento, já que o saber também é uma forma de poder.
Seja como aula de história, seja como crítica
política ou como obra de arte que desnuda a lastimável organização social,
Queimada faz parte daquela relação de filmes que leva o espectador a pensar
criticamente a globalização, apesar de produzido muito antes do termo virar
moda.
“Queimada!” é
essencial para se entender os mecanismos do mundo. Não defende
opressores nem oprimidos, mas mostra com inteligência como as coisas se operam
na política, com todos os seus jogos e interesses.
......................................................................................
QUEIMADA- Texto de Miguel Armando Perez
No último sábado (21-04-2019) tivemos a oportunidade de assistir um desses filmes inesquecíveis, por vários motivos. Para mim ,que não sou crítico de cinema e sim um admirador dessa arte, foi uma dessas noites maravilhosas.
O filme é uma verdadeira lição de historia (com algo de fantasia), mas, é um desses filmes que deixa muitas perguntas no ar, nos coloca para pensar, pelo tema que aborda, pois, tem uma atualidade impressionante.
Longe de querer falar do filme, queria fazer um simples comentários que pode ate parecer muita pretensão vindo de um cubano, mas foi algo que me chamou a atenção.
O filme foi rodado no ano 1969 e pelo tema que toca, acho que o diretor se inspirou na Revolução Cubana de 1959.
Numa fala do filme se comenta que ficaram 12 guerrilheiros na Serra Madre e logo ao triunfar eram centenas de homens que triunfaram.
A Revolução Cubana começou quando Fidel Castro e 82 homens saíram no iate GRANMA, do México para Cuba para dar inicio a luta armada. Chegando a costa oriental de Cuba, eles foram traídos e praticamente aniquilados pelas forças do regime de Batista, mais que uma emboscada, foi um massacre. Doze homens sobreviveram e subiram a Sierra Maestra iniciando a luta armada. Vitoriosos entram em Havana, já eram centenas que consolidam o Exercito Rebelde, em janeiro de 1959, justo dez anos antes se rodar o filme.
Pode parecer uma pretensão como falei no início, mas para mim, se não foi fonte de inspiração para o diretor, é uma enorme coincidência.
Pretensão ou coincidência é um fato que queria compartilhar com os Loucos deste blog.
No inicio da luta armada ficaram 12 sobreviventes na SIERRA MAESTRA e no relato do filme se fala de 12 na SERRA MADRE e que centenas triunfaram então, tirem as suas próprias conclusões.
......................................................................................
QUEIMADA- Texto de Miguel Armando Perez
No último sábado (21-04-2019) tivemos a oportunidade de assistir um desses filmes inesquecíveis, por vários motivos. Para mim ,que não sou crítico de cinema e sim um admirador dessa arte, foi uma dessas noites maravilhosas.
O filme é uma verdadeira lição de historia (com algo de fantasia), mas, é um desses filmes que deixa muitas perguntas no ar, nos coloca para pensar, pelo tema que aborda, pois, tem uma atualidade impressionante.
Longe de querer falar do filme, queria fazer um simples comentários que pode ate parecer muita pretensão vindo de um cubano, mas foi algo que me chamou a atenção.
O filme foi rodado no ano 1969 e pelo tema que toca, acho que o diretor se inspirou na Revolução Cubana de 1959.
Numa fala do filme se comenta que ficaram 12 guerrilheiros na Serra Madre e logo ao triunfar eram centenas de homens que triunfaram.
A Revolução Cubana começou quando Fidel Castro e 82 homens saíram no iate GRANMA, do México para Cuba para dar inicio a luta armada. Chegando a costa oriental de Cuba, eles foram traídos e praticamente aniquilados pelas forças do regime de Batista, mais que uma emboscada, foi um massacre. Doze homens sobreviveram e subiram a Sierra Maestra iniciando a luta armada. Vitoriosos entram em Havana, já eram centenas que consolidam o Exercito Rebelde, em janeiro de 1959, justo dez anos antes se rodar o filme.
Pode parecer uma pretensão como falei no início, mas para mim, se não foi fonte de inspiração para o diretor, é uma enorme coincidência.
Pretensão ou coincidência é um fato que queria compartilhar com os Loucos deste blog.
No inicio da luta armada ficaram 12 sobreviventes na SIERRA MAESTRA e no relato do filme se fala de 12 na SERRA MADRE e que centenas triunfaram então, tirem as suas próprias conclusões.
QUEIMADA
ResponderExcluirNo último sábado (21-04-2019) tivemos a oportunidade de assistir um desses filmes inesquecíveis, por vários motivos.
Para mim que não sou crítico de cinema e sim um admirador dessa arte foi uma dessas noites maravilhosas.
O filme é uma verdadeira lição de historia (com algo de fantasia), mas, é um desses filmes que deixa muitas perguntas no ar, nos coloca para pensar, pelo tema que aborda, pois, tem uma atualidade impressionante.
Longe de querer falar do filme, queria fazer um simples comentários que pode ate parecer muita pretensão vindo de um cubano, mas foi algo que me chamou a atenção.
O filme foi rodado no ano 1969 e pelo tema que toca, acho que o diretor se inspirou na Revolução Cubana de 1959.
Numa fala do filme se comenta que ficaram 12 guerrilheiros na Serra Madre e logo ao triunfar eram centenas de homens que triunfaram.
A Revolução Cubana começou quando Fidel Castro e 82 homens saíram no iate GRANMA, do México para Cuba para dar inicio a luta armada. Chegando a costa oriental de Cuba, eles foram traídos e praticamente aniquilados pelas forças do regime de Batista, mais que uma emboscada, foi um massacre. Doze homens sobreviveram e subiram a Sierra Maestra iniciando a luta armada. Vitoriosos entram em Havana, já eram centenas que consolidam o Exercito Rebelde, em janeiro de 1959, justo dez anos antes se rodar o filme.
Pode parecer uma pretensão como falei no início, mas para mim, se não foi fonte de inspiração para o diretor, é uma enorme coincidência.
Pretensão ou coincidência é um fato que queria compartilhar com os Loucos deste blog.
No inicio da luta armada ficaram 12 sobreviventes na SIERRA MAESTRA e no relato do filme se fala de 12 na SERRA MADRE e que centenas triunfaram então, tirem as suas próprias conclusões.
Que aula de historia do Joaquim, como sempre, não é à toa que é professor de História, assim até parece covardia rsrsrsrs.