segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Azor (Andreas Fontana;2021)







(Suíça/França, 2021) DIREÇÃO: Andreas Fontana;120 min.

ELENCO PRINCIPAL:Fabrizio Rongione, Stéphanie Cléau, Juan Pablo Geretto

Argentina, 1980. O banqueiro Yvan chega de Genebra para substituir um colega que desapareceu misteriosamente em Buenos Aires em plena ditadura militar. Vivendo em uma sociedade sob vigilância, ele se vê em meio a uma teia sinistra de colonialismo, altas finanças e a “Guerra Suja” de uma nação.Um filme sobre a cumplicidade do poder econômico com regimes ditatoriais.

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Em novembro de 2022 , o Lumière exibiu o excelente filme “Argentina, 1985”. Filme importante que reconstitui um momento histórico da Argentina: o julgamento dos militares que atuaram, torturaram e mataram na ditadura argentina.O filme utiliza-se da formula consagrada dos “filmes de tribunal” que por natureza demandam visibilidade cênica. No caso de “Argentina, 1985” “muita  visibilidade factual também,  imprescindível  pelo contexto histórico que o filme mostra. O diretor Santiago Mitre  não o vulgariza esse aspecto   ao nível de uma mera espetacularização ou superficialidadeAnterior a “Argentina, 1985”, o filme “Azor”, lançado em 2021 , talvez tenha passado um pouco despercebido por conta do seu próprio ritmo e  de sua estética. “Azor”,direção do suíço Andreas Fontana, trata  também da ditadura militar argentina. Contudo, diferente de “Argentina, 1985”, cria a sensação da presença por meio da ausência. Em outras palavras, o filme “mostra” os subterrâneos do mundo empresarial que contribuiu decisivamente para a manutenção, não só da ditadura argentina, mas as de outros países, inclusive o Brasil.E por mais importante que sejam os rostos e a identidade, a impessoalidade no caso de “Azor” é necessária. Afinal o capital não tem rosto e não tem pátria. Ele é absoluto e quando fugazmente se relativiza, ele apenas troca seu território e tempo histórico, mas nunca sua dominação. O filme mostra o capital especulativo e financeiro financiando a tortura, o aparato repressivo e por extensão, mortes e desaparecimento de pessoas.  “Azor” é mais um excelente filme que infere a importância da aplicação da justiça para todos aqueles que participaram das ditaduras militares, incluindo os empresários A Argentina, em parte, resolveu esse problema .E o Brasil?  No momento, além de ver o filme, devemos acumular conhecimento,  continuar na luta  e manter o grito :” Sem anistia!”

Joaquim Ferreira




Um comentário:

  1. Em novembro passado, o Lumière exibiu o excelente filme “Argentina, 1985” no Espaço Ecxoarte em São Pedro da Serra. Filme importante que reconstitui um momento histórico da Argentina: o julgamento dos militares que atuaram, torturaram e mataram na ditadura argentina.
    O filme utiliza-se da formula consagrada dos “filmes de tribunal” que por natureza demandam visibilidade cênica. No caso de “Argentina, 1985” “muita visibilidade factual também, imprescindível pelo contexto histórico que o filme mostra. O diretor Santiago Mitre não o vulgariza esse aspecto ao nível de uma mera espetacularização ou superficialidade
    Anterior a “Argentina, 1985”, o filme “Azor”, lançado em 2021 , talvez tenha passado um pouco despercebido por conta do seu próprio ritmo e de sua estética. “Azor”,direção do suíço Andreas Fontana, trata também da ditadura militar argentina. Contudo, diferente de “Argentina, 1985”, cria a sensação da presença por meio da ausência. Em outras palavras, o filme “mostra” os subterrâneos do mundo empresarial que contribuiu decisivamente para a manutenção, não só da ditadura argentina, mas as de outros países, inclusive o Brasil.
    E por mais importante que sejam os rostos e a identidade, a impessoalidade no caso de “Azor” é necessária. Afinal o capital não tem rosto e não tem pátria. Ele é absoluto e quando fugazmente se relativiza, ele apenas troca seu território e tempo histórico, mas nunca sua dominação. O filme mostra o capital especulativo e financeiro financiando a tortura, o aparato repressivo e por extensão, mortes e desaparecimento de pessoas.
    “Azor” é mais um excelente filme que infere a importância da aplicação da justiça para todos aqueles que participaram das ditaduras militares, incluindo os empresários A Argentina, em parte, resolveu esse problema .E o Brasil? No momento, além de ver o filme, devemos acumular conhecimento, continuar na luta e manter o grito :” Sem anistia!”

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