Apresentação do filme e texto : Anita Hirszman
Fui convidada a fazer a apresentação do filme "Eles não usam Black -Tie" , no cineclube "Lumière loucos por cinema". Fui pega de surpresa, porque embora ame cinema, não saberia falar sobre o filme, ainda mais para um público de cinéfilos. Resolvi falar sobre o Leon, meu irmão, esse eu conheço muito.Este ano , o Leon faria 80 anos se estivesse vivo. Considero, esta uma primeira homenagem a ele. Leon nasceu no Rio de Janeiro em 22 de novembro de 1937,no bairro do Lins de Vasconcelos, na Boca do Mato. Filho de imigrantes judeus poloneses, entrou aos 14 anos para o partido comunista.Estudou Engenharia para agradar a mãe. Mas desde cedo criou o cineclube da Fac. de Engenharia da UFRJ. Admirador de Eisenstein, no seu primeiro curta, Pedreira de S, Diogo , homenageou o mestre. Black-Tie é seu último longa no qual ele homenageia o Teatro de Arena, O cinema Russo e a Mulheres.Carlos Augusto Calil montou entrevistas dadas por Leon no livro "É bom falar". Transcrevo um parágrafo sobre as mulheres: "O homem está ficando mais sensível, descobrindo o que tem de de feminino dentro de si, e a mulher mais ativa, a partir de um desenvolvimento psíquico.É na mulher que se refletem melhor as mudanças da sociedade.Foi uma honra ter sido convidada para essa apresentação. Convido a todos que gostam de cinema a curtir a pagina Lumière Loucos por Cinema."
O Cinema Novo, com Glauber Rocha e Leon Hirszmann, lançou as bases e a estética de um cinema realista. Na sua primeira fase, o Cinema Novo ,apresentava a denúncia social e tangenciava a questão da ação política. A utopia necessária no Cinema Novo foi superada pelo cinema político de Hirszmann, vinculado a ação social. Leon foi um militante político e isso fez diferença , sobretudo com " Eles Não Usam Black-Tie. A " câmera na mão" de Hirszmann, materializou a " idéia na cabeça" ancorada na Historia e utilizando- se do cinema como importante meio para compreender e transformar a realidade.
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