sábado, 23 de março de 2024

Festival Visões Periféricas 2024

 

MOSTRA CINEMA DA GEMA

MANGUE DE TODOS OS BRASIS
Doc. | 23’ | RJ | 2023 | Direção: Flávio Moraes, Thuan Mozart | Classificação: livre  
O documentário faz uma releitura da obra de Josué de Castro para o mangue de Barra de Guaratiba atualmente. De Recife ao Rio de Janeiro, após 50 anos, seguiremos o ciclo do caranguejo numa jornada política, social e ecológica.

COM CARINHO
Fic. | 15’ | RJ | 2022 | Direção: Pablo Félix | Classificação: livre
A pequena Miriam sempre recebe a avó, Maria, que mora em outra cidade, para comemorar o aniversário juntas. Elas nasceram no mesmo dia e a família sempre se reúne para a comemoração. No entanto, a menina não esperava que esta vez a marcaria para sempre.



MOSTRA FRONTEIRAS IMAGINÁRIAS

DEIXA
Fic. | 15’ | RJ | 2023 | Direção: Mariana Jaspe | Classificação: livre
Zezé Motta é Carmen, uma mulher que vive seu último dia de liberdade antes que seu marido saia da prisão.

ARRUMA UM PESSOAL PRA GENTE BOTAR UMA MACUMBA NUM DISCO

Doc. | 20’ | RJ | 2023 | Direção: Chico Serra | Classificação: livre
Um filme-ensaio sobre Getúlio Marinho, uma das principais figuras do mundo do samba. Com imagens raras, discos antigos e depoimentos pessoais de pesquisadores e descendentes, o filme investiga os primeiros discos de macumba, introduzidos por Marinho no início da indústria fonográfica brasileira, e a influência das religiões afro-brasileiras no samba e na cultura popular do final da década de 1920 em diante.

O Dia Que Durou 21 Anos ( Camilo Tavares;2012)

 

O DIA QUE DUROU 21 ANOS
Brasil; 2012
Direção: Camilo Tavares; 77 min.
Documentos secretos e gravações originais da época mostram a influência do governo dos Estados Unidos no Golpe de Estado no Brasil em 1964. O documentário destaca a participação da CIA e da Casa Branca na ação militar que deu início à ditadura.



sexta-feira, 22 de março de 2024

Em Busca de Iara ( Flavio Frederico e Mariana Pamplona ;2013)


 

 
 
 EM BUSCA DE IARA
Brasil; 2013; Documentário;
Direção: Flavio Frederico e Mariana Pamplona; 90 min.
O filme retrata a vida da guerrilheira Iara Iavelberg, que deixou para trás uma confortável vida familiar, optando por engajar-se na luta armada contra a ditadura militar. Vivendo na clandestinidade,, tornou-se a companheira do ex-capitão do exército Carlos Lamarca, compartilhando com ele o posto de um dos alvos mais cobiçados da repressão. O filme desmonta a versão oficial do regime, que atribui sua morte, em 1971, a um suicídio.

+Curta-Metragem
EUNICE,CLARICE,THEREZA
Brasil;1979;Direção: Jonatan Vilela Berbel;16 min.
Produzido durante o período ditatorial e filmado sob ameaças de censura e perseguição política, o documentário  com três viúvas de presos políticos: Eunice Paiva, viúva do deputado Rubens Paiva; Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog; e Thereza Fiel, viúva do operário Manuel Fiel Filho mulheres que relatam a prisão e a morte de seus respectivos maridos por agentes do DOI-CODI, centro de torturas do regime.

APRESENTAÇÃO DA SESSÃO:
Prof. Ricardo Costa ( Fundação Dinarco Reis/RJ)

 
 

quinta-feira, 21 de março de 2024

Vertdade 12.528 (Paula Sacchetta,Peu Robles;2014)


VERDADE 12.528
Brasil;2014;Direção: Paula Sacchetta,Peu Robles
O documentário trata da importância da Comissão Nacional da Verdade, através de depoimentos de vítimas da repressão, ex-presos políticos e outras pessoas afetadas direta ou indiretamente pela ditadura civil e militar entre 1964 e 1985
.
+Curta-Metragem
MANHÃ CINZENTA
Brasil; 1969 /Direção Olney São Paulo; 22 min,
Baseado em conto homônimo de Olney São Paulo, o filme é uma alegoria de regimes autoritários, e é ambientado em um país fictício da América Latina. Retrata um casal de estudantes que segue para uma passeata onde o rapaz, um militante, lidera um comício.
 
 Texto sobre o filme " Manhã Cinzenta"
Prof.ª Joana D'Arc Ferraz

APRESENTAÇÃO DA SESSÃO:
Prof.ª Cecília Coimbra (UFF;Grupo Tortura Nunca Mais)
Prof.ª Joana D'Arc Ferraz  (UFF; Grupo Tortura Nunca Mais)


domingo, 17 de março de 2024

Arpilleras: Atingidas Por Barragens Bordando a Resistência (Direção: Coletivo de Mulheres do MAB;2017)

 



ARPILLERAS: ATINGIDAS POR BARRAGENS BORDANDO A RESISTÊNCIA
Brasil;2017;Direção: Coletivo de Mulheres do MAB;Narração: Dira Paes
Cinco mulheres de diferentes regiões do país, foram vítimas de desastres ambientais que resultaram no desabamento de barragens.Por meio de entrevistas ,o documentário mostra como elas tentam superar o ocorrido por meio da técnica chilena de costura das "arpilleras". Ao mesmo tempo, o papel da mulher na sociedade brasileira também é abordado em todo o filme.

+Curta-Metragem 
CADÊ HELENY?
Brasil;2022;Animação ;Diretora: Esther Vital; 29 min
A trajetória de vida de Heleny Guariba, filósofa, professora e diretora de teatro desaparecida em 1971 sob a ditadura militar brasileira. As lembranças bordadas e animadas denunciam o que não podia ser dito com palavras.

APRESENTAÇÃO DA SESSÃO:
Rute Casoy (Poeta)
Estela Carvalho (Artista Têxtil, integrante da equipe de arte do curta “ Cadê Heleny?)

Varda Por Agnès ( Agnès Varda;2019)

 



VARDA POR AGNÈS
(Varda Par Agnès)
França;2019;Documentário;Direção e Roteiro: Agnès Varda;120 min.
De fundadora da Nouvelle Vague a ícone feminista, a diretora francesa Agnès Varda  expõe no seu último filme  seus processos de criação e revela sua experiência de 60 anos com o fazer cinematográfico.

+ Curta-Metragem
RESPOSTA DAS MULHERES: NOSSO CORPO, NOSSO SEXO
(Réponse de Femmes: Notre Corps, Notre Sexe)
França; 1975; Direção: Agnès Varda;9 min
Neste curta provocador, Agnès Varda responde à pergunta: “O que é uma mulher?” ecoando a segunda onda de feminismo iniciada pelo Manifesto das 343 de Simone de Beauvoir e a campanha pela legalização do aborto na França a que conduziu.

sexta-feira, 8 de março de 2024

Zuzu Angel ( Sérgio Rezende;2006)


ZUZU ANGEL
Brasil; 2006|;Direção:Sérgio Rezende 110 min. 
Estilista de sucesso que conquistava o mundo com suas criações, Zuzu Angel passa a ser uma mãe desesperada depois que  eu filho Stuart Angel Jones foi preso e assassinado pela ditadura militar. A partir daí inicia-se uma luta pelo direito de reaver o corpo do rapaz, encerrada com sua própria morte num acidente de trânsito pelos   agentes da ditadura militar 

+ Curta-Metragem
CONVERSAS COM MARIELLE FRANCO
Brasil;2017;11  min; Fernando Barcellos

 

O Limoeiro( Eran Riklis;2008)


 O LIMOEIRO
(Etz Limon/עץ לימון )
Israel/Alemanha/França ;2008;Direção:Eran Riklis;106 min
Salma ,uma viúva palestina, vê sua plantação ser ameaçada quando seu novo vizinho, o Ministro de Defesa de Israel , se muda para a casa ao lado. A Força de Segurança Israelense logo declara que os limoeiros de Salma colocam em risco a segurança do ministro e por isso precisam ser derrubados. Salma leva o caso à Suprema Corte de Israel para tentar salvar a plantação.
INDICAÇÃO DO FILME: Anna Nabuco

+Curta-Metragem 
MISÉRIA E FORTUNA DE UMA MULHER
 (быта и удача женщины/Byta I Udacha Zhenshchiny )
URSS 1929;Direção e Roteiro Serguei Eisenstein;Grigori Aleksandrov ;21 min.
O curta-metragem exibe o contraste entre as condições socioeconômicas em que uma mulher rica faz um aborto e a miserável e perigosa condição em que uma mulher pobre tem ao recorrer a prática abortiva.


sábado, 2 de março de 2024

Ana.Sem Título ( Lucia Murat;2021)


 

ANA. SEM TÍTULO
Brasil|2021 |Documentário
Diretora: Lucia Murat | Roteiro: Lucia Murat,Tatiana Salem Levy|110 min
Stela,atriz brasileira está realizando um  documentário sobre cartas trocadas por artistas plásticas sul-americanas nas décadas de 1970 e 1980. Viajando por países da América Latina, coleta informações sobre a realidade vivida por essas artistas durante as ditaduras. É assim que ela descobre a existência de Ana, jovem brasileira que desapareceu neste sombrio período. Stela, então, resolve encontrá-la e descobrir o que aconteceu.

+ Curtas-Metragens de Alice Guy-Blaché;
 
A FADA DO REPOLHO
 (La fée aux choux, ou la naissance des enfants) França;1896;1 min
Considerado o primeiro filme dirigido por uma mulher e um dos primeiros de ficção narrativa, apresenta um breve conto fantástico envolvendo uma curiosa fada que consegue gerar e distribuir bebês que brotam de repolhos.
AS CONSEQÜÊNCIAS DO FEMINISMO
 (Les résultats du féminisme, ); 1906;França;8 min.
Em uma sátira, a diretora inverte os papéis de homens e mulheres, mostrando homens cuidando de casa e dos filhos, mulheres saindo para trabalhar e bebendo no bar.
O CAIR DAS FOLHAS
(Falling Leaves;); EUA; 1912; 12 min.
Após ouvir o diagnóstico de um médico, a pequena Trixie Thompson acha que precisa impedir as folhas do outono de caírem para salvar a própria irmã. Ela, então, arma um plano para impedir o fim da estação



 

Mustang ( Deniz Gamze Ergüven;2016)

 MUSTANG
Turquia |Alemanha |França; 2016 
Diretora:: Deniz Gamze Ergüven; 97 min.
Cinco irmãs de um vilarejo turco são punidas depois de brincarem com os meninos, ato considerado escandaloso pela religião muçulmana. Elas são mantidas presas em casa enquanto a família busca casamentos arranjados. Contudo, não deixam de desejar a liberdade, e tentam resistir aos limites que lhes são impostos.

 + Curta-Metragem
SETE MULHERES DE IDADES DIFERENTES
(Siedem kobiet w róznym wieku) 
Polônia |1979 |Direção:Krzysztof Kieslowski;16 min
Cada dia da semana é representado por uma bailarina, começando com uma criança e terminando com uma professora de balé mais velha.

PROGRAMAÇÃO MARÇO/2024





PROGRAMAÇÃO - MARÇO/2024

EUTERPE LUMIARENSE – 19 HORAS

TERÇA-FEIRA. 05 DE MARÇO

MUSTANG
Turquia |Alemanha |França; 2016 |Diretora:: Deniz Gamze Ergüven; 97 min.
Cinco irmãs de um vilarejo turco são punidas depois de brincarem com os meninos, ato considerado escandaloso pela religião muçulmana. Elas são mantidas presas em casa enquanto a família busca casamentos arranjados. Contudo, não deixam de desejar a liberdade, e tentam resistir aos limites que lhes são impostos.
 + Curta-Metragem
SETE MULHERES DE IDADES DIFERENTES
(Siedem kobiet w róznym wieku) 
Polônia |1979 |Direção:Krzysztof Kieslowski;16 min
Cada dia da semana é representado por uma bailarina, começando com uma criança e terminando com uma professora de balé mais velha.

QUINTA-FEIRA. 05 DE MARÇO

ANA. SEM TÍTULO
Brasil|2021 |Documentário
Diretora: Lucia Murat | Roteiro: Lucia Murat,Tatiana Salem Levy|110 min
Stela,atriz brasileira está realizando um  documentário sobre cartas trocadas por artistas plásticas sul-americanas nas décadas de 1970 e 1980. Viajando por países da América Latina, coleta informações sobre a realidade vivida por essas artistas durante as ditaduras. É assim que ela descobre a existência de Ana, jovem brasileira que desapareceu neste sombrio período. Stela, então, resolve encontrá-la e descobrir o que aconteceu.
+ Curtas-Metragens de Alice Guy-Blaché;

A FADA DO REPOLHO 
 (La fée aux choux, ou la naissance des enfants) França;1896;1 min
Considerado o primeiro filme dirigido por uma mulher e um dos primeiros de ficção narrativa, apresenta um breve conto fantástico envolvendo uma curiosa fada que consegue gerar e distribuir bebês que brotam de repolhos.
AS CONSEQÜÊNCIAS DO FEMINISMO  (Les résultats du féminisme, ); 1906;França;8 min. 
Em uma sátira, a diretora inverte os papéis de homens e mulheres, mostrando homens cuidando de casa e dos filhos, mulheres saindo para trabalhar e bebendo no bar. 
O CAIR DAS FOLHAS
(Falling Leaves;); EUA; 1912; 12 min.
Após ouvir o diagnóstico de um médico, a pequena Trixie Thompson acha que precisa impedir as folhas do outono de caírem para salvar a própria irmã. Ela, então, arma um plano para impedir o fim da estação

TERÇA-FEIRA. 12 DE MARÇO

O LIMOEIRO
(Etz Limon/עץ לימון )
Israel/Alemanha/França ;Direção:Eran Riklis;106 min
Salma ,uma viúva palestina, vê sua plantação ser ameaçada quando seu novo vizinho, o Ministro de Defesa de Israel , se muda para a casa ao lado. A Força de Segurança Israelense logo declara que os limoeiros de Salma colocam em risco a segurança do ministro e por isso precisam ser derrubados. Salma leva o caso à Suprema Corte de Israel para tentar salvar a plantação.
INDICAÇÃO DO FILME: Anna Nabuco
+Curta-Metragem 
MISÉRIA E FORTUNA DE UMA MULHER
 (быта и удача женщины/Byta I Udacha Zhenshchiny )
URSS 1929;Direção e Roteiro Serguei Eisenstein;Grigori Aleksandrov ;21 min.
O curta-metragem exibe o contraste entre as condições socioeconômicas em que uma mulher rica faz um aborto e a miserável e perigosa condição em que uma mulher pobre tem ao recorrer a prática abortiva.

QUINTA-FEIRA, 14  DE MARÇO

ZUZU ANGEL
Brasil; 2006| ;Direção:Sérgio Rezende 110 min. 
Estilista de sucesso que conquistava o mundo com suas criações, Zuzu Angel passa a ser uma mãe desesperada depois que  eu filho Stuart Angel Jones foi preso e assassinado pela ditadura militar. A partir daí inicia-se uma luta pelo direito de reaver o corpo do rapaz, encerrada com sua própria morte num acidente de trânsito pelos   agentes da ditadura militar 
+ Curta-Metragem
CONVERSAS COM MARIELLE FRANCO
Brasil;2017;11  min; Fernando Barcellos

TERÇA-FEIRA,19  DE MARÇO

VARDA POR AGNÈS
(Varda Par Agnès)
França;2019;Documentário
Direção e Roteiro: Agnès Varda;120 min. 
De fundadora da Nouvelle Vague a ícone feminista, a diretora francesa Agnès Varda  expõe no seu último filme  seus processos de criação e revela sua experiência de 60 anos com o fazer cinematográfico. 
+ Curta-Metragem
RESPOSTA DAS MULHERES: NOSSO CORPO, NOSSO SEXO*
(Réponse de Femmes: Notre Corps, Notre Sexe) 
França; 1975; Direção: Agnès Varda;9 min
Neste curta provocador, Agnès Varda responde à pergunta: “O que é uma mulher?” ecoando a segunda onda de feminismo iniciada pelo Manifesto das 343 de Simone de Beauvoir e a campanha pela legalização do aborto na França a que conduziu.

QUINTA-FEIRA,21  DE MARÇO

ARPILLERAS: ATINGIDAS POR BARRAGENS BORDANDO A RESISTÊNCIA
Brasil;2017;Direção: Coletivo de Mulheres do MAB;Narração: Dira Paes
Cinco mulheres de diferentes regiões do país, foram vítimas de desastres ambientais que resultaram no desabamento de barragens.Por meio de entrevistas ,o documentário mostra como elas tentam superar o ocorrido por meio da técnica chilena de costura das "arpilleras". Ao mesmo tempo, o papel da mulher na sociedade brasileira também é abordado em todo o filme.
INDICAÇÃO DO FILME: Rute Casoy
+Curta-Metragem 
CADÊ HELENY?
Brasil;2022;Animação ;Diretora: Esther Vital; 29 min
A trajetória de vida de Heleny Guariba, filósofa, professora e diretora de teatro desaparecida em 1971 sob a ditadura militar brasileira. As lembranças bordadas e animadas denunciam o que não podia ser dito com palavras.

APRESENTAÇÃO DA SESSÃO:
Estela Carvalho (Artista Têxtil, integrante da equipe de arte do curta “ Cadê Heleny?)

TERÇA-FEIRA,26 DE MARÇO
VERDADE 12.528
Brasil;2014;Direção: Paula Sacchetta,Peu Robles
O documentário trata da importância da Comissão Nacional da Verdade, através de depoimentos de vítimas da repressão, ex-presos políticos e outras pessoas afetadas direta ou indiretamente pela ditadura civil e militar entre 1964 e 198.
+Curta-Metragem
MANHÃ CINZENTA
Brasil; 1969 /Direção OlneySão Paulo; 22 min,
Baseado em conto homônimo de Olney São Paulo, o filme é uma alegoria de regimes autoritários, e é ambientado em um país fictício da América Latina. Retrata um casal de estudantes que segue para uma passeata onde o rapaz, um militante, lidera um comício
APRESENTAÇÃO DA SESSÃO:
Prof.ª Cecília Coimbra(UFF;Grupo Tortura Nunca Mais)
Prof.ª Joana D'ArcFerraz (UFF)

QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO
EM BUSCA DE IARA
Brasil; 2013; Documentário; 
Direção: Flavio Frederico e Mariana Pamplona ;90 min.
O filme retrata a vida da guerrilheira Iara Iavelberg, que deixou para trás uma confortável vida familiar, optando por engajar-se na luta armada contra a ditadura militar. Vivendo na clandestinidade,, tornou-se a companheira do ex-capitão do exército Carlos Lamarca, compartilhando com ele o posto de um dos alvos mais cobiçados da repressão. O filme desmonta a versão oficial do regime, que atribui sua morte, em 1971, a um suicídio.
+Curta-Metragem
EUNICE,CLARICE,THEREZA
Brasil;1979;Direção: Jonatan Vilela Berbel;16 min.
Produzido durante o período ditatorial e filmado sob ameaças de censura e perseguição política, o documentário  com três viúvas de presos políticos: Eunice Paiva, viúva do deputado Rubens Paiva; Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog; e Thereza Fiel, viúva do operário Manuel Fiel Filho mulheres que relatam a prisão e a morte de seus respectivos maridos por agentes do DOI-CODI, centro de torturas do regime.
APRESENTAÇÃO DA SESSÃO:
Prof. Ricardo Costa ( Fundação Dinarco Reis/RJ)


SEGUNDA-FEIRA,1º DE ABRIL
O DIA QUE DUROU 21 ANOS
Brasil; 2012
Direção: Camilo Tavares; 77 min.
Documentos secretos e gravações originais da época mostram a influência do governo dos Estados Unidos no Golpe de Estado no Brasil em 1964. O documentário destaca a participação da CIA e da Casa Branca na ação militar que deu início à ditadur

CASA DOS SABERES /São Pedro da Serra – 19 HORAS

SÁBADO,16  DE MARÇO
SEMENTES; MULHERES PRETAS NO PODER
Brasil, 2020, 100 min
Direção: Júlia Mariano e Éthel Oliveira
Em resposta à execução de Marielle Franco, as eleições de 2018 se transformaram no maior levante político conduzido por mulheres negras que o Brasil já viu, com candidaturas em todos os estados. No Rio de Janeiro, Mônica Francisco, Rose Cipriano, Renata Souza, Jaqueline de Jesus, Tainá de Paula e Talíria Petrone se candidataram aos cargos de deputada estadual ou federal. O documentário acompanhou essas mulheres, em suas campanhas, mostrando que é possível uma nova forma de se fazer política no Brasil, transformando o luto em luta.
RODA DE CONVERSA COM A DIRETORA  JÚLIA MARIANO

SÁBADO, 23  DE MARÇO
NÃO É A PRIMEIRA VEZ QUE LUTAMOS PELO NOSSO AMOR
Brasil;2022/  -Direção e Roteiro: Luis Carlos de Alencar; 105 min
O documentário conta as histórias de perseguição e violência quando a ditadura civil-militar brasileira atuou contra a população LGBT e como esse mesmo grupo constituiu suas resistências, transformando-se em sujeito fundamental do processo de redemocratização. O golpe de 64 não instaura esse preconceito, mas, nesse período, a população LGBT foi considerada inimiga da família tradicional, da moral e dos bons costumes.
RODA DE CONVERSA COM O DIRETOR LUIS CARLOS DE ALENCAR



TODAS AS EXIBIÇÕES SÃO GRATUITAS




 

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Meu Nome é Gal ( Dandara Ferreira, Lô Politi;2023)


MEU NOME É GAL
BRASIL;2023
Direção: Dandara Ferreira, Lô Politi | 90 min
Elenco: Sophie Charlotte, Rodrigo Lelis, Camila Márdila.
Cinebiografia de Gal Costa.Criada sozinha pela mãe Mariah,aos 20 anos, ela decide viajar rumo ao Rio de Janeiro para se tornar cantora eencontra seus amigos da Bahia: Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil e Dedé Gadelha, que acompanham os primeiros passos de Gal na música O recorte específico do filme  culmina com um dos períodos mais duros do país, com a instauração da ditadura militar e o seu recrudescimento, em 1968

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

As Canções (Eduardo Coutinho;2011)

 


AS CANÇÕES
BRASIL| 2011|Documentário |90 min 
Diante das câmeras, 18 personagens recorrem as suas memórias  e expõem suas experiências por meio de clássicos da música brasileira.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Últimas Conversas ( Eduardo Coutinho;2015)


ÚLTIMAS CONVERSAS
BRASIL| 2015|Documentário |85 min
Último filme dirigido por Eduardo Coutinho. Nele, o cineasta entrevista diversos estudantes do ensino médio público no RJ, perguntando sobre suas vidas, sentimentos e expectativas para o futuro.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Elis e Tom, Só Tinha de Ser com Você ( Roberto de Oliveira;2022)


 

Jogo de Cena ( Eduardo Coutinho;2007)


JOGO DE CENA
BRASIL|2007|Documentário |105 min
Atendendo a um anúncio de jornal, oitenta e três mulheres contaram suas histórias de vida num estúdio. Em junho de 2006, vinte e três delas foram selecionadas e filmadas no Teatro Glauce Rocha. Em setembro do mesmo ano, atrizes interpretaram, ao seu modo, as histórias contadas pelas personagens escolhidas.

+ Exibição do curta-metragem PORRADA
2000; 6 min)
Direção:Eduardo Coutinho
Internos do Instituto Philippe Pinel encenam o quadro do exame de DNA do Programa do Ratinho. Este curta-metragem foi realizado para uma exposição com curadoria de Marcello Dantas sobre os 50 anos da televisão brasileira, filmado pela equipe da TV Pinel, no Rio de Janeiro.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Edifício Master (Eduardo Coutinho;2002)


 EDIFICIO MASTER
BRASIL| 2002|Documentário |110  min
Durante uma semana, Eduardo Coutinho e sua equipe conversaram com 27 moradores de um enorme edifício de apartamentos em Copacabana. Entre eles um casal de meia-idade que se conheceu pelos classificados de um jornal, uma garota de programa que sustenta a filha e a irmã, um ator aposentado, um ex-jogador de futebol e um porteiro desconfiado de que o pai adotivo, com quem sonha toda noite, é seu pai verdadeiro.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Santo Forte (Eduardo Coutinho;1999)



SANTO FORTE 
BRASIL| 1999|Documentário |80  min
Direção: Eduardo Coutinho,
Entre uma missa campal celebrada pelo Papa João Puyalo II  no Aterro do Flamengo e, meses depois, a comemoração do Natal, o documentário penetra na intimidade dos católicos, umbandistas e evangélicos de moradores da favela Vila Parque da Cidade,na cidade do Rio de Janeiro  Cada um a seu modo, eles crêem na comunicação direta com o sobrenatural através da intervenção de santos, orixás, guias ou do Espírito Santo

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

O Fio da Memória ( Eduardo Coutinho;1991)

O FIO DA MEMÓRIA  
BRASIL| 1991 |Documentário |120  min
Direção: Eduardo Coutinho,
Segundo documentário de longa-metragem de Eduardo Coutinho, O fio da memória foi realizado, sob encomenda, por ocasião do centenário da abolição da escravidão no Brasil, completado em 1988. O filme procura condensar, em personagens e situações do presente, a experiência negra no Brasil a partir de dois eixos – as criações do imaginário, sobretudo na religião e na música, e a realidade do racismo, responsável pela perda de identidade étnica e pela marginalização de boa parte dos milhões de brasileiros de origem africana.

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Cabra Marcado Para Morrer ( Eduardo Coutinho;1984)


CABRA MARCADO PARA MORRER
BRASIL|1984|120 min
Direção: Eduardo Coutinho
Em 1962, o líder da liga camponesa de Sapé (PB), João Pedro Teixeira, é assassinado por ordem de latifundiários. Um filme sobre sua vida começa a ser rodado em 1964, com a reconstituição ficcional da ação política que levou ao assassinato. As filmagens são interrompidas pelo Golpe Militar de 1964. Dezessete anos depois, em 1981, o diretor Eduardo Coutinho retoma o projeto e procura Elizabeth Teixeira, viúva de João Pedro, e outros participantes do filme interrompido.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Yuli ( Icíar Bollaín;2018)




GRANDES DIRETORES - EDUARDO COUTINHO








GRANDES DIRETORES - EDUARDO COUTINHO

EUTERPE LUMIARENSE – 19 HORAS

04/01
CABRA MARCADO PARA MORRER
BRASIL|1984|120 min
Em 1962, o líder da liga camponesa de Sapé (PB), João Pedro Teixeira, é assassinado por ordem de latifundiários. Um filme sobre sua vida começa a ser rodado em 1964, com a reconstituição ficcional da ação política que levou ao assassinato. As filmagens são interrompidas pelo Golpe Militar de 1964. Dezessete anos depois, em 1981, o diretor Eduardo Coutinho retoma o projeto e procura Elizabeth Teixeira, viúva de João Pedro, e outros participantes do filme interrompido
+ Exibição do curta-metragem O TELEFONE (Le téléphone;5 min).
Direção:Eduardo Coutinho
A história de um homem que tenta fazer um pedido de casamento, mas é constantemente interrompido por um telefone e pela namorada que insiste em atendê-lo. O filme foi rodado em 1959, quando o Coutinho estava no segundo ano do curso de cinema no IDHEC em Paris.

09/01
O FIO DA MEMÓRIA  
BRASIL| 1991 |Documentário |120  min
O documentário  foi realizado, sob encomenda, por ocasião do centenário da abolição da escravidão no Brasil, completado em 1988.  O filme condensa, em personagens e situações do presente, a experiência negra no Brasil a partir de dois eixos – as criações do imaginário, sobretudo na religião e na música, e a realidade do racismo, responsável pela perda de identidade étnica e pela marginalização de boa parte dos milhões de brasileiros de origem africana.

16/01
SANTO FORTE 
BRASIL| 1999|Documentário |80  min
Entre uma missa campal celebrada pelo Papa João Puyalo II  no Aterro do Flamengo e, meses depois, a comemoração do Natal, o documentário penetra na intimidade dos católicos, umbandistas e evangélicos de moradores da favela Vila Parque da Cidade,na cidade do Rio de Janeiro  Cada um a seu modo, eles crêem na comunicação direta com o sobrenatural através da intervenção de santos, orixás, guias ou do Espírito Santo.

23/01
EDIFÍCIO MASTER
BRASIL| 2002|Documentário |110  min
Durante uma semana, Eduardo Coutinho e sua equipe conversaram com 27 moradores de um enorme edifício de apartamentos em Copacabana. Entre eles um casal de meia-idade que se conheceu pelos classificados de um jornal, uma garota de programa que sustenta a filha e a irmã, um ator aposentado, um ex-jogador de futebol e um porteiro desconfiado de que o pai adotivo, com quem sonha toda noite, é seu pai verdadeiro.

30/01
JOGO DE CENA
BRASIL| 2007|Documentário |105 min
Atendendo a um anúncio de jornal, oitenta e três mulheres contaram suas histórias de vida num estúdio. Em junho de 2006, vinte e três delas foram selecionadas e filmadas no Teatro Glauce Rocha. Em setembro do mesmo ano, atrizes interpretaram, ao seu modo, as histórias contadas pelas personagens escolhida.
+ Exibição do curta-metragem PORRADA ;2000; min)Direção:Eduardo Coutinho
Internos do Instituto Philippe Pinel encenam o quadro do exame de DNA do Programa do Ratinho. Este curta-metragem foi realizado para uma exposição com curadoria de Marcello Dantas sobre os 50 anos da televisão brasileira, filmado pela equipe da TV Pinel, no Rio de Janeiro.

06/02
ÚLTIMAS CONVERSAS
BRASIL| 2015|Documentário |85 min
Último filme dirigido por Eduardo Coutinho. Nele, o cineasta entrevista diversos estudantes do ensino médio público no RJ, perguntando sobre suas vidas, sentimentos e expectativas para o futuro.



domingo, 19 de novembro de 2023

M.A.S.H. ( Robert Altman;1970)

A obscenidade da guerra triturada pela sátira: sobre “M.A.S.H.” de Robert Altman (1970)


Quanto mais rude fosse a piada, maior a chance de aparecer no filme. Quanto mais obscena a piada, melhor. Pois não havia nada mais obsceno do que esses jovens sendo despedaçados e mandados para esse lugar para serem remendados e mandados de volta à batalha. Pra mim essa era a obscenidade!” (ALTMAN)

Mesmo em Hollywood, há quem tenha os culhões de afrontar o complexo industrial militar e os masters of war empunhando os recursos pontiagudos da arte satírica. O mestre Robert Altman era um semi-desconhecido dentro do showbizz roliudiano lá por 1969 e já adentrava os portões da toda-poderosa Fox pra dirigir um roteiro que tinha sido recusado por uma dúzia de outros diretores. Com orçamento “apertado” (“só” umas 3 milhões de doletas…) e um elenco de atores desconhecidos (uma dúzia deles estreavam no cinema), Altman se lançou ao projeto sob os olhares de desconfiança e ceticismo – pra não dizer hostilidade declarada – dos figurões do estúdio.
Na mesma época, a Fox estava produzindo dois outros longa-metragens de guerra – Tora! Tora! Tora!, de Richard Fleischer, e Patton, de Franklin J. Schaffner – tidos como prioritários: ofereciam à empresa perspectivas de lucro muito mais convidativas. Na maciota, com pouca grana e muitos capitalistas sedentos querendo arrancar-lhe o pescoço fora, Altman, em uma das atitudes mais heróicas e corajosas dum cineasta dentro da engrenagem hollywoodiana, filmou seu genial manifesto anti-guerra M.A.S.H.
O ano era 1969 e os Estados Unidos da América, mascarando seu imperialismo arrogante com a fachada da “defesa dos valores ocidentais”, despejava bombas, com sua arrogância costumeira, sobre um pequeno país asiático que tivera a ousadia de tentar o comunismo. Crime imperdoável. Com a Guerra do Vietnã a todo vapor e as mortes dos soldados em ascensão frente à tenacidade dos vietcongues, assim como crescentes ondas de repúdio diante do ecocídio e da carnificina produzidos pelo despejo de agente laranja nos territórios agredidos, os protestos pacifistas iam gradativamente aumentando.
Os hippies, dançando ao som do rock and roll e se sujando na lama de Woodstock, pronunciavam em altos brados: make love, not war. As manifestações anti-guerra ganhavam voz também entre artistas de muito peso na cultura mundial – John Lennon e Yoko Ono, por exemplo, que espalhavam por aí os outdoors que garantiam: war is over (if you want it) e convidavam as massas a cantar “Give Peace a Chance”.
Nesse contexto, Altman soltou uma obra recheada de humor negro e obscenidades, destilando um desrespeito generalizado contra todo tipo de autoridade, ridicularizando toda a classe militar e pintando um retrato da insanidade doentia que se apossa das mentes em tempos de guerra.
Sem olhar para os méritos artísticos do filme, M.A.S.H. já é um notável por causa do estrago que causou e pelas mudanças que trouxe: além de ter sido o primeiro filme a ousar utilizar a famosa four-letter-word (“I’ll blow your fucking head off”), teve um faturamento de bilheteria considerável, recebeu 5 indicações ao Oscar (vencendo o de roteiro), levou pra casa a Palme D’Or em Cannes, serviu de inspiração pr’uma série de TV homônima que durou 11 temporadas (e ganhou quase 100 Emmys), colocou Altman direto na história do cinema como um dos mais instigantes e irreverentes cineastas americanos e… (por que não?) ajudou a parar a guerra.

SENTA QUE LÁ VEM HISTÓRIA…

O enredo do filme, no entanto, não se desenrola no Vietnã. O roteiro de Ring Lardner Jr. foi inspirado num romance de Richard Hooker, um médico que serviu na Guerra da Coréia no início dos anos 50. Uma pequena contextualização histórica pode ser útil aqui, já que o filme não a faz de maneira alguma, praticamente eliminando (propositalmente) qualquer referência à Coréia.
Em 1945, com o fim da Segunda Guerra, o derrotado Japão deixou de controlar a Coréia e os exércitos de ocupação invadiram o país quase simultaneamente, os americanos pelo Sul, os soviéticos pelo Norte, rasgando a nação em dois. Em 1948 os soviéticos abandonaram o país e no ano seguinte foi a vez dos americanos também puxarem o carro. Em junho de 1950, exércitos norte-coreanos invadiram os territórios do Sul, tomando posse de Seul e de grande parte da Coréia do Sul.
Respondendo rapidamente a pedidos da ONU por assistência médica e militar na Coréia, o presidente Truman mobilizou o exército norte-americano pra território coreano, onde foram instalados uma série de hospitais improvisados pra atender os feridos em campo de batalha.
Os M.A.S.H.s – Mobile Army Surgical Hospital – atendiam principalmente aos casos mais graves: gente que não teria chance de sobreviver a uma dificultosa viagem a um hospital fixo através das precárias estradas do país. Os helicópteros, utilizados para driblar as dificuldades rodoviárias, eram carregados com os corpos sangrentos e mutilados dos moribundos no front e os despejavam aos borbotões nas unidades M.A.S.H.
Com a escalada da violência e o consequente aumento de demanda por médicos, o exército americano passou a convocar jovens estudantes de medicina, muitos deles com somente 1 ou 2 anos de treinamento cirúrgico, e os enviava para trabalhar em condições precárias e com péssimo equipamento nas terríveis mesas de operação dos M.A.S.H.s coreanos. Mesmo com o armistício de julho de 53, que conquistou uma tênue paz na Coréia, estima-se que mais de 35.000 soldados americanos permaneceram aquartelados na Coréia do Sul por mais de 45 anos após o cessar-fogo. O último M.A.S.H. foi desativado em 1997.
O filme de Altman, transpirando um realismo bem verossímil, nos colocará ficticiamente dentro de um dos acampamentos do M.A.S.H. Porém, o diretor procurou propositalmente eliminar qualquer referência à história da Guerra da Coréia e evitou ao máximo até mesmo colocar personagens coreanos no filme, na tentativa de fazer com que o público tivesse a ilusão de que aquilo se desenrolava no Vietnã. Donald Sutherland disse que a Guerra da Coréia era somente “uma metáfora atrás da qual eles se escondiam”, talvez um artifício para escapar da censura, mas que a intenção manifesta do filme era ser despejado nos EUA de 1970 como uma obra anti-Guerra do Vietnã. Bem útil para este intento que coreanos e vietnamitas tenham, ambos, olhinhos puxados!

NO CAOS E NO IMPROVISO

Robert Altman tinha visões tão subversivas e um modo de trabalho tão fora do comum que teve uma série de problemas durante as filmagens e pós-produção. Com pouquíssimo respeito pelo roteiro, o diretor deixava rédeas soltas para que os atores improvisassem as falas e sugerissem toda uma série de detalhes e acontecimentos que não estavam previstos. Alguns depoimentos de atores afirmam que 80% do filme é improvisado. Esses mesmos depoimentos pintam o retrato dum set de filmagem dominado pelo caos, onde ninguém além de Altman sabia exatamente o que estava acontecendo, com os atores entregues à sua própria criatividade enquanto as câmeras dançavam ao redor.
Os dois atores principais, Donald Sutherland e Eliott Gould, vendo com ceticismo o comportamento extravagante do diretor, entraram em sérias desavenças com Altman, algo que chegou a comprometer a realização do filme. “Nós achávamos que Bob deveria ser internado numa instituição para pessoas mentalmente desequilibradas. Porque era obviamente doidice o que ele estava fazendo”, disse Sutherland. Também o roteirista Ring Lardner Jr. sentiu-se ultrajado quando viu o filme finalizado ao notar que PRATICAMENTE NADA do que havia escrito no roteiro aparecia no filme. Por ironia, Lardner iria vencer o Oscar de Melhor Roteiro no ano seguinte e, subitamente, ao perceber-se alçado à glória pela genialidade de Altman, rapidamente tratou de se referir ao diretor com mais carinho e gentileza…
No acampamento M.A.S.H. colocado em primeiro plano pelo filme, os feridos nos campos de batalha são trazidos às pressas, normalmente mutilados e empapados de sangue, com hematomas horrendos, fraturas expostas e feridas purulentas, para serem submetidos a operações de emergência. A dramaticidade da situação, absolutamente trágica, é contraposta pela atitude dos médicos e cirurgiões, que não levam nada à sério e tratam tudo na base da chacota. A tragédia e a comédia dão as mãos.
Hawkeye (Donald Sutherland) e Trapper John (Elliott Gould) são dois porras-loucas que se afogam em martinis, piadas sujas, humor negro e xavecos passados às colegas de trabalho. Enquanto abrem os corpos dos feridos e costuram suas entranhas, com as mãos banhadas em sangue e tripas, batem um papo como se estivessem no boteco, fazem gracinhas sobre os membros decepados dos feridos, comentam sobre as qualidades anatômicas das enfermeiras… A vida no acampamento é envolvida num ambiente de imoralidade, de vale-tudo, de foda-se todas as regras e todas as autoridades. E viva o pôquer, as bebedeiras, o sexo casual e o futebol americano na lama.
Toda uma série de alvos são sistematicamente ridicularizados e caçoados. Qualquer pessoa que se leve a sério ou que acredite convictamente em suas crenças (Burns rezando ajoelhado e sendo ridicularizado), que pretenda “fazer cenas” (Hot Lips depois da travessura do chuveiro), que tenha a ambição de estar fazendo algo de importante ou dramático (o “suicídio” de Painless), é sempre destroçada pelo sarcasmo cáustico e destrutivo dos médicos. Não há para eles nenhuma pessoa merecedora de respeito. “Costurando e cortando no campo de batalha, operando enquanto bombas e balas explodem à sua volta, revidando com risadas entre amputações e penicilina”, os médicos constroem um mecanismo para suportar a realidade intolerável onde estão afogados.
Altman declarou que o principal tema em M.A.S.H. é a insanidade. Obviamente, o cineasta se mostrou tremendamente preocupado com os rumores de que a Fox iria censurar as cenas tétricas de operação, nas quais a tela era tingida de sangue jorrante e cadáveres abertos sendo cavocados pelos bisturis dos médicos. Se aquelas cenas tivessem sido excluídas, a obra perderia toda sua relevância, todo seu poder, e se transformaria numa comédia banal e fútil sobre personagens que fazem piada de tudo, até das desgraceiras mais terríveis.
Mas é o horror de experimentar um cotidiano desfile de corpos humanos destroçados, de entrar em contato direto e constante com o terror da guerra, que obriga os médicos a criarem maneiras de escapar da realidade através da diversão, da futilidade, do esporte, do álcool, do papo furado. São táticas de sobrevivência. Grandes artifícios utilizados para erguer um pesado muro de repressão que esconda o insuportável terror que está a se desenrolar. Estou certo de que Altman não está fazendo um elogio tácito ao comportamento imoral, foda-se tudo, de seus personagens, mas registrando mecanismos psíquicos de fuga de uma realidade demasiado tenebrosa e chocante para ser tragada. “A leviandade desses rapazes era um meio para que eles pudessem sobreviver!”, declarou o diretor.
E não só a futilidade dos médicos é descrita, comoparece haver também uma espécie de provocação latente do próprio filme aos espectadores. Afinal, M.A.S.H. se apresenta como uma comédia engraçadíssima, onde estão presentes alguns dos diálogos mais espertos e divertidos da história do cinema, mas ao mesmo tempo esboça uma espécie de crítica à trivialidade como uma espécie de covardia moral.
É como se Altman, após fazer um de seus personagens dizer algo de comicidade irresistível, se virasse pra nós e perguntasse: “mas por que é que você está rindo, pilantra? Os cadáveres estão se amontoando e os corpos continuam sendo costurados e remendados, e vocês vão na mesma onda desses médicos babacas em sua perseguição incessante de uma sagrada cegueira?”
O público inevitavelmente ri do filme, mas ganha de presente uma certa culpa, uma certa acusação: da mesma maneira que os personagens se entregam à futilidade para se esquecerem que estão num campo de batalha, também o público que frequenta os cinemas comerciais normalmente se entrega às gargalhadas e ao entretenimento escapista para evitar olhar uma realidade que não tem coragem de encarar de frente.
Ainda que M.A.S.H. não faz críticas explícitas à Hollywood como outro clássico de Altman, O Jogador, pode ser interpretado como um certo jogo dúbio com o público: que recebe o entretenimento todo sujo de sangue, que recebe o sangue todo recoberto pelo riso. Como diz o cartaz francês: eis um “filme sangrento de onde jorra o riso!” Além do eloquente manifesto anti-bélico que é, M.A.S.H. é também uma crítica cultural onde Altman descreve o entretenimento e a leviandade como mecanismos de fuga da realidade (Ernest Becker explica…). M.A.S.H. não está somente oferecendo piadas bestas – como disse Altman: “after all, you gotta pay for your laughs”.
(Eduardo Carli de Moraes)

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